Dirigentes sindicais atuam no Senado e retardam projetos golpistas
Dando continuidade ao calendário de lutas da CUT, diversos dirigentes de movimentos sociais e sindical se reuniram com parlamentares nesta quarta-feira (23). Durante todo o dia as entidades articularam o enfrentamento aos projetos que tramitam no Senado e representam retrocessos incalculáveis para toda classe trabalhadora. A peregrinação surtiu efeito. A votação no Senado do PLC 30 (que estabelece a terceirização irresponsável e sem limites), prevista inicialmente para quinta (24), foi retardada temporariamente em busca de uma alternativa. Houve compromisso do presidente da Câmara de também segurar a votação do Projeto de Lei 4302/1998, que também prevê a liberação generalizada do trabalho terceirizado.
A luta contra o PLC 30 foi uma das principais pautas do dia. Entretanto, os sindicalistas também fizeram o enfrentamento aos projetos como PEC 55 (antiga 241 na Câmara) que congelas gastos públicos por 20 anos, à reforma do ensino médio (MP 746/2016) e a muitos outros projetos que retiram direitos.
O movimento sindical reivindica que seja aprovado o substitutivo do senador Paulo Paim (PT-RS), referente ao PLC 30. O substitutivo apresentado por Paim foi construído a partir de audiências com trabalhadores de todo o Brasil, a CUT e outras centrais sindicais, durante mais de um ano, e aponta o caminho para a regulamentação digna da terceirização.
No início do dia a primeira reunião foi com senador Paulo Paim, onde foram discutidas estratégias e melhor caminho para a classe trabalhadora. Logo depois, representantes de centrais sindicais se reuniram com presidente do Senado, Renan Calheiros. Eles pediram que Renan interceda junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para que não seja votado em Plenário o Projeto de Lei 4302/1998, que também prevê uma suposta regulamentação do trabalho terceirizado. Este projeto estava encostado há anos, foi ressuscitado agora, passando a tramitar em regime de urgência, para servir como mais uma alternativa dos parlamentares golpistas e vinculados ao empresariado para emplacar a subcontratação ilimitada.
Ficou agendada nova reunião do Paim com as centrais sindicais para fechar posição em relação ao relatório final. Será na quarta (30), às 15h, na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
E no final da tarde os representantes dos movimentos sociais e sindical se reuniram com parlamentares na Liderança do PT para debater sobre as melhores formas de enfrentamento a retirada de direitos.
No encontro, dirigentes e parlamentares reiteraram que somente a mobilização de todos poderá barrar os retrocessos.
“Estamos numa guerra e os ataques vêm de todos os lados. Vamos para cima, fazer muito barulho e incomodar. Todos precisam ver os perigos que rondam os trabalhadores”, afirma a senadora Vanessa Grazziotin.
“Vivemos um período difícil em que os ataques são propositais. Precisamos resistir, por isso vamos divulgar em todos os locais a importância da mobilização do dia 29 na Esplanada dos Ministérios (#OcupaBrasília) Será um dia de muita luta, vamos juntos, estudantes e trabalhadores defender nossos direitos e a democracia”, afirma a dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias.
“Esta situação que vivenciamos representa a consumação do golpe de Estado. Os ataques estão sendo feitos e já imaginávamos que essa seria a situação pós golpe. Ainda temos chances de barrar os retrocessos, porém é preciso a participação de todos. Realizaremos uma grande mobilização no dia 29 e mostraremos a esse governo golpista nossa força”, explica a secretária de Relações de Trabalho da CUT Brasília, Graça Costa.
Confira o calendário de lutas da CUT :
29/11 – #OcupaBrasília contra a PEC 55
A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, a PEC da Morte que desmonta o Estado, está prevista para o próximo dia 29, no Senado. Por isso, a CUT e os sindicatos filiados, movimentos sociais e o movimento estudantil estarão em peso em Brasília neste dia, quando realizarão o ato #OcupaTudo em frente ao Congresso, para dizer “não” à PEC que retira dinheiro da saúde, da educação e outros investimentos sociais. A concentração para a atividade será às 16h, no Museu da República, com marcha ao Congresso Nacional às 17h.
7 e 8/12 – Plenária Nacional FBP
A direção nacional da Frente Brasil Popular, composta por representantes da CUT e outras centrais sindicais, movimentos sociais e estudantil, se reunirão em Belo Horizonte (MG) para discutir os rumos da luta do grupo em resistência ao golpe encabeçado por Michel Temer contra a população brasileira.
9/12 – Coletivo Trabalhadores com Deficiência
Neste dia, a CUT Brasília e sindicatos filiados realizarão reunião para discutir a formação do Coletivo de Trabalhadores com Deficiência. O grupo trabalhará pautas específicas para os trabalhadores com esta condição, inclusive com abordagem dos retrocessos ao grupo com o golpe de Michel Temer. O horário da atividade ainda será definido.
12/12 – Coletivo de Mulheres
A Secretaria de Mulheres Trabalhadoras da CUT Brasília realizará o segundo ciclo da Oficina de Mulheres, que aborda o empoderamento feminino para combater o golpe e lutar por políticas públicas afirmativas para elas. A atividade será realizada durante todo o dia, no Cedec (912 Sul).