CUT defende fortalecimento da democracia e dos direitos trabalhistas

A Central Única dos Trabalhadores teve participação de destaque na IX Conferência Distrital de Direitos Humanos, realizada nos dias 2 e 3 de outubro de 2025, em Brasília. O encontro reuniu representantes do poder público, movimentos sociais e entidades da sociedade civil com o objetivo de debater os principais desafios e propor políticas públicas voltadas à promoção e defesa dos direitos humanos no Distrito Federal.
Com o tema “Direitos Humanos para Todas as Pessoas: Democracia, Justiça e Igualdade”, a conferência marcou um importante momento de reconstrução dos espaços de diálogo e participação social no país. A CUT-DF participou das mesas e debates, reforçando que direitos humanos e direitos trabalhistas são indissociáveis, e que a defesa da dignidade humana passa, necessariamente, por condições justas de trabalho e políticas públicas de igualdade.
Durante a mesa de abertura, o dirigente da Executiva Nacional da CUT, Ismael César, representou o Conselho Nacional de Direitos Humanos e defendeu o fortalecimento da democracia e da luta contra retrocessos. “Consolidar a democracia, resistir aos retrocessos e avançar na garantia de direitos é algo absolutamente atual. Há pouco tempo, a democracia brasileira correu um grande risco, e por isso não deve haver anistia aos que atentaram contra ela”, afirmou.
Ismael lembrou que os ataques à democracia desde o golpe de 2016 — quando a presidenta Dilma Rousseff foi retirada do cargo — tiveram consequências diretas na vida da população, com medidas como a Emenda Constitucional 95, que congelou investimentos em áreas essenciais como saúde e educação. “A partir dali, começou um processo de retirada de direitos e de desmonte de políticas públicas que ainda impacta o povo brasileiro”, destacou o dirigente.
Entre as pautas apresentadas pela CUT na conferência, estiveram o apoio ao Projeto de Lei 572/2022, que propõe um marco legal para garantir os direitos humanos na ação empresarial, e a defesa da criação de um Sistema Nacional de Direitos Humanos. Para Ismael, a proposta é essencial para consolidar uma política pública de Estado que assegure direitos de forma permanente e efetiva.
“A CUT defende que é preciso acabar com a escala 6×1, garantir um salário mínimo digno e combater todas as formas de exploração — do trabalho escravo à precarização. Não há democracia sem trabalho decente”, afirmou. Ele também ressaltou que a luta pelos direitos humanos deve incluir o fortalecimento dos conselhos e conferências como espaços legítimos de construção coletiva e participação popular.
A conferência, realizada no EAP, também serviu para eleger os delegados e delegadas que representarão o Distrito Federal na 13ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, que ocorrerá em dezembro, em Brasília. Para a CUT-DF, a etapa distrital foi um importante passo na articulação das lutas por igualdade, justiça social e valorização do trabalho, reafirmando o papel da central como protagonista na defesa da democracia e dos direitos fundamentais.
Fonte: CUT DF