Categoria pressiona e abre possibilidade para avançar nas negociações
Casa Civil, Secretaria de Economia e Secretaria de Educação deverão se reunir ainda nesta semana com a comissão de negociação do Sinpro. A possibilidade da agenda foi indicada após ato realizado por professores(as) e orientadores(as) educacionais em greve, que ocuparam a pista em frente ao Palácio do Buriti e exigiram avanço nas negociações.
Diante da manifestação, a comissão de negociação, acompanhada do deputado distrital Gabriel Magno (PT) e do deputado federal Reginaldo Veras (PV-DF), chegou a ser recebida por representantes da Secretaria de Economia e da Secretaria de Relações do Tesouro do DF.
“Desde a semana passada, nenhum contato do GDF havia sido feito. Foi a nossa atuação que abriu essa agenda”, disse o diretor do Sinpro Cléber Soares, membro da comissão de negociação.
Foi reforçado, entretanto, que o perfil do governo Ibaneis Rocha não é de conciliar, mas de atacar. A categoria está preparada. Em assembleia geral realizada nesta terça-feira (10/6), professores(as) e orientadores(as) educacionais mostraram que estão dispostos(as) a seguir na luta até que o GDF apresente uma proposta que atenda às reivindicações apresentadas.
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Proposta do GDF
Resultado do movimento grevista, no dia 5 de junho, o GDF apresentou à categoria do magistério público:
1) Convocação de 3 mil professores e professoras em dezembro/2025;
2) Prorrogação do concurso realizado em 2022;
3) Convocação de novo concurso público;
4) Construção do calendário para elaboração do PL da reestruturação da carreira, com mediação do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), e a participação da Casa Civil e das secretarias de Educação e de Economia, com conclusão em até 90 dias.
A proposta foi considerada insuficiente pela categoria, que decidiu pela manutenção da greve.
Assembleia geral
Professores(as) e orientadores(as) educacionais se reunirão em assembleia na próxima segunda-feira (16/6), às 9h, no estacionamento da Funarte. Na atividade, a categoria avaliará o movimento paredista e decidirá os rumos do movimento.
Campanha salarial
A campanha salarial da categoria do magistério público tem como objetivo garantir 19,8% de reajuste salarial, rumo ao cumprimento da Meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE), além de realizar a reestruturação da carreira.
A Meta 17 equipara o salário do magistério à média das demais carreiras do funcionalismo de mesma escolaridade.
Já a reestruturação do plano de carreira provoca mudanças estruturais na tabela salarial, resultando em ganhos substanciais para a categoria. Entre os principais pontos de alteração estão a redução dos padrões de 25 para 15, para chegar mais rápido ao topo da carreira salarial; dobrar, no mínimo, os percentuais de titulação; além da ampliação do percentual entre padrões.
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A pauta da educação pública não se limita a questões financeiras. Uma dos pontos urgentes levantados pelo movimento grevista é a regularização do repasse da contribuição previdenciária dos professores em regime de contratação temporária ao INSS. Por descumprimento de acordo do GDF, mais de 17 mil professores(as) substitutos(as) não podem acessar auxílio-doença, auxílio-maternidade, aposentadoria e outros direitos vinculados ao Instituto.
Também está na pauta de reivindicação do magistério a nomeação de todos os professores(as) aprovado no último concurso, realizado em 2022. Atualmente, há estudantes sem professores e milhares de professores esperando apenas uma canetada do governador Ibaneis Rocha para irem às salas de aula.
Além disso, a categoria está em greve para garantir o fim da superlotação das salas de aula; escolas com bibliotecas e laboratórios; transporte escolar para todos(as) os(as) estudantes; merenda de qualidade; acompanhamento especializado para estudantes com transtorno e/ou deficiência e uma série de outras questões.
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