X Corrida do Sinpro: categoria ocupa Praça do Buriti e reafirma luta por saúde, lazer e direitos

A professora aposentada Helena Baião Gonçalves, 62 anos, concluiu o percurso de 5 quilômetros da X Corrida do Sinpro e mostrou orgulhosa sua décima medalha. Ela participou de todas as edições do evento e conta que, “graças a essa iniciativa do Sinpro”, há 10 anos, sua vida mudou.
“Na primeira corrida do Sinpro, comecei na caminhada. Desde então, caminho todos os dias. Na época, eu estava com pressão alta e era pré-diabética. Hoje, graças a Deus e à corrida do Sinpro, minha pressão está controlada e não sou mais pré-diabética”, compartilhou a professora.
Além de atleta dedicada, Helena sempre esteve ativa na luta sindical e na defesa da educação pública. Foram 26 anos de trabalho na Secretaria de Educação do DF. Durante sua trajetória, participou de greves e mobilizações por acreditar que a educação é a base para um país melhor. “Acredito que, através da educação, tudo melhora. Sempre participei das lutas, porque sei que isso faz diferença”, ressalta.
A professora Helena está ansiosa pela próxima edição da Corrida do Sinpro, e garante que não pretende parar tão cedo. “Enquanto eu puder, estarei aqui”, disse a aposentada na Praça do Buriti, em meio à multidão que participou da X Corrida do Sinpro nesse sábado (15).
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“Foi um momento emblemático. Comemoramos 10 anos da corrida e 46 anos do Sinpro. É importante comemorar essas duas datas e, principalmente, estarmos de volta à Praça do Buriti. Há anos a gente não conseguia fazer atividades aqui. O governo, de forma arbitrária, proibia. E, hoje, estamos aqui para celebrar, mas também para lutar pela valorização de professores e professoras, orientadores e orientadoras educacionais”, disse o coordenador da Secretaria de Assuntos Culturais do SInpro, Bernardo Távora.
No mesmo sentido, a dirigente do Sinpro Fátima de Almeida reforçou que o momento mais simbólico da X Corrida do Sinpro foi a retomada da Praça do Buriti, local historicamente marcado por greves e manifestações da categoria do magistério público.

“É a praça do povo, é a nossa praça, onde a gente escreveu tantas histórias. Durante anos, realizamos nossas assembleias e manifestações aqui, porque é onde está organizada a estrutura do governo. Hoje, nós não trouxemos apenas uma atividade esportiva e de lazer. Trouxemos um ato de resistência, que será fundamental para fortalecer nossa luta pela reestruturação da carreira e pela recomposição salarial de 19,8%”, explicou Fátima, se referindo à Campanha Salarial 19,8%, rumo à Meta 17 – Pela reestruturação da carreira já.
Saúde e resistência
Além de promover saúde e bem-estar, a Corrida do Sinpro acontece em um contexto de luta por melhores condições de trabalho e valorização da educação pública. A diretora do Sinpro Leilane Costa destacou que o evento foi realizado em um dia simbólico para a educação: o Dia da Escola.
“A nossa luta é por melhores condições de trabalho e por uma educação de qualidade. Hoje, 15 de março, a gente também luta contra a superlotação das salas de aula e por mais construções de escolas. A corrida completa 10 anos e esse é um momento de celebrar e ampliar essa iniciativa, incentivando a nossa categoria a praticar esportes e cuidar da saúde”, destacou Leilane.
Segundo Leilane, o esporte é uma ferramenta de resistência, especialmente para a categoria do magistério, composta majoritariamente por mulheres, que enfrentam tripla jornada de trabalho. “O esporte nos mantém saudáveis. Precisamos cuidar do corpo e da mente. O objetivo da corrida não é apenas realizar um evento, mas despertar na categoria a importância da atividade física no dia a dia”, afirmou.
Recorde
Em dez anos, o número de participantes da X Corrida do Sinpro mais que dobrou. Em 2014, quando foi realizada a primeira edição da corrida, foram contabilizadas 1.500 inscrições. “O evento cresceu muito, tivemos 3.500 inscritos, nossa maior corrida até agora”, conta o diretor do Sinpro Bernardo Távora.
Ele ainda convidou toda a categoria a marcar presença na assembleia geral com paralisação dia 27 de abril, às 9h, no estacionamento da Funarte. “Vamos mostrar nossa unidade também na nossa campanha salarial. A largada já foi dada”, diz o sindicalista.

O fechamento da X Corrida do Sinpro foi com a banda Samba Urgente, que cantou clássicos como Anjos da Guarda, de Leci Brandão. “Na sala de aula / É que se forma um cidadão / Na sala de aula / É que se muda uma nação / Na sala de aula / Não há idade e nem cor / Por isso aceite e respeite o meu professor”, cataram em coro os(as) participantes da X Corrida do Sinpro.
Confira os três primeiros colocados de cada categoria:
Feminino geral
1º Maria Aparecida Gonçalves Ribeiro
2º Verônica Maria Firmino Do Nascimento
3º Kellyane Aurélio Bezerra
Masculino geral
1º João Pedro Cardoso Nascimento
2º Júlio César Amaro E Silva
3º Glaender Barbosa Rodrigues
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