Professores de São Paulo mantém a luta contra a privatização da educação pública do estado
A luta da educação pública do estado de São Paulo foi crucial para mais uma derrota da extrema-direita paulista. Após um espetáculo grotesco e deprimente protagonizado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na última terça-feira (29), ‘vendendo’ escolas públicas na Bolsa de Valores, a Justiça de São Paulo suspendeu o leilão para a privatização de 17 escolas no interior do estado. A decisão pela suspensão, em caráter liminar, é da 3ª Vara da Fazenda Pública, em ação cível pública movida pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
O governador Tarcísio ainda tenta leiloar outras 16 escolas na próxima semana, além de passar a gestão administrativa de mais 143 escolas estaduais para a iniciativa privada. Contra mais esta manobra do governo de São Paulo, que mantém ligação com os ideais bolsonaristas, a Apeoesp conclama os(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais a lotarem a frente da Bovespa no dia 04 de novembro, a partir das 13h, contra a privatização da educação pública do estado de São Paulo.
Projeto de sucateamento da educação
Alinhado ao projeto de extrema-direita derrotado nas últimas eleições presidenciais do país, Tarcísio de Freitas projeta o sucateamento da educação pública do estado, que, diante da privatização, irá no sentido contrário da melhoria do ensino para a população, oferecendo à iniciativa privada os vultosos recursos que hoje são destinados aos orçamentos públicos da educação brasileira. Para se ter uma ideia, a empresa Novas Escolas Oeste, capitaneada pela Engeform, vencedora do consórcio, ganhará milhões de reais por mês durante o contrato de 25 anos. Ao contrário da promessa falaciosa da iniciativa privada, de incremento e melhorias na educação, o objetivo é e sempre foi se apropriarem de recursos públicos.
Além de tentar desqualificar a escola pública, o movimento privatista prega mais eficiência, mais transparência e menos corrupção. Ironicamente, o Consórcio é o mesmo que venceu a licitação para administrar sete cemitérios da capital de São Paulo, cuja gestão vem sendo alvo de denúncias de preços superfaturados de caixões e enterros.
Para a Apeoesp, os recursos que serão destinados às empresas vencedoras deveriam ser aplicados diretamente na educação. “Ao mesmo tempo em que privatiza a construção de escolas, por meio de PPPs, o governador tenta retirar da Educação R$ 10 bilhões, em valores atuais, quando deveria utilizar essas verbas não apenas para construir mais 33 escolas, como também reformar todas aquelas que estão em péssimas condições, de forma a que professores e funcionários possam trabalhar melhor e que os estudantes tenham acesso a ensino de melhor qualidade. O dinheiro da Educação não deve ir para o bolso de empresários e sim ser usado para valorizar os profissionais que fazem a Educação acontecer”, declarou.
Modelo nefasto pela América do Sul
O modelo privatista já é seguido em outros países da América do Sul, e o saldo é tenebroso. Para dar alguns exemplos, o Peru aplica modelo em 20 escolas, o México em 50 e na Colômbia, outras dezenas. Nos três países, o modelo aumenta o isolamento social dos (as) estudantes, que só têm contato com professores(as) em 20% do período letivo, escolas municipais são obrigadas a comprar serviços de fundações privadas, como currículos e avaliações, além da obrigação de adquirirem pacotes com testes e controle de presença, por exemplo.
O Sinpro-DF repudia este modelo de privatização da educação pública e consequente redução de recursos para investimento que gerem mais qualidade para educação. Não fugiremos da luta nas ruas, nas redes e em todos os espaços possíveis e exigiremos até o fim uma educação pública, gratuita, de qualidade, laica e socialmente referenciada, sem que modelos privatistas alterem a essência das escolas públicas.
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