CED 01 do Riacho Fundo realiza I Seminário Antirracista

O Centro Educacional número 01 do Riacho Fundo II (CED 01 do Riacho Fundo) realizou, nos dias 17 e 18 de outubro, o “I Seminário Antirracista: Fortalecendo identidades e combatendo preconceitos”, em consonância com as Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, ambas leis federais, que promovem o ensino de história e cultura africanas, afrobrasileiras e indígenas na Educação Básica. O evento contou com a participação da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) na Mesa do dia 18/10, que discursou a favor da igualdade de etnia, raça e gênero.

No evento, a escola abordou questões interseccionais de raça, classe e gênero, fundamentais para a formação de um ambiente escolar mais justo e inclusivo. Segundo informações da escola, a iniciativa surge após uma avaliação diagnóstica, realizada no início de 2024, que revelou que mais de 66% dos(as) estudantes se autodeclaram negros, um percentual superior à média nacional de 54% (segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Esse contexto motivou a equipe pedagógica a desenvolver uma pedagogia de projetos, resultando em parcerias com algumas instituições, tais como a Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC).

“Entender o racismo e sua história é base fundamental para explicar a sociedade brasileira atual. É preciso que os professores e as professoras estudem, de maneira cientifica, os fatores econômicos e sociais que construíram, sedimentaram a cultura racista em nosso País. À escola cabe dois caminhos. Um virtuoso, que é ser antirracista como instituição de fomento do saber e desenvolvimento humano; e o outro, deprimente, como reprodutora do racismo estrutural. O Sinpro, por meio de sua Secretaria de raça e sexualidade, participa de eventos desta magnitude porque investe no caminho da virtude”, analisa Carlos Fernandez, diretor do Sinpro-DF, membro da coordenação da Secretaria de Raça e Sexualidade da entidade.

Ana Cristina Machado, também diretora do sindicato integrante dessa secretaria, elogiou a iniciativa e observou que “ensinar o respeito e aprender a ser antirracista, promovendo a paz no ambiente escolar e a conscientização de direitos para combater a discriminação racial”.

No entendimento dela, “o trabalho pedagógico realizado nestes dois dias na escola foi extremamente potente, com o envolvimento de toda a comunidade escolar, com a parceria com instituições públicas, de movimentos sociais, da deputada federal Érica Kokay (PT-DF), e também com muita música e arte que contribuíram para reflexão o debate e a construção da aprendizagem dos(as) estudantes. Mas, o mais importante foi o processo de construção do projeto, no qual os(as) estudantes foram empoderados(as), sendo estes e estas protagonistas na realização de parte das oficinas”.

O projeto

Os(as) estudantes envolvidos no projeto Afrocientista e em outras iniciativas se destacaram durante o seminário, que contou com a participação de convidados e convidadas indígenas e representantes de diversas instituições. A programação incluiu um Sarau da Cultura de Paz e Mesas de debate no primeiro dia, com a presença de especialistas em direitos humanos.

No segundo dia, oficinas e minicursos abordaram vários temas, como o hip hop, o grafite, a literatura indígena e muito mais, permitindo aos(às) estudantes vivenciarem e aprenderem mais sobre a cultura negra e indígena de forma interativa. O objetivo geral do seminário foi o de oferecer uma imersão na temática racial e de gênero, promovendo a construção de soluções antirracistas e antissexistas na escola.

No entendimento da diretoria colegiada do Sinpro, o seminário é uma oportunidade única para a troca de saberes e o fortalecimento da identidade étnico-racial dos participantes, contribuindo para a formação de uma sociedade mais equitativa e respeitosa e uma educação pública, gratuita, inclusiva, libertadora e de qualidade socialmente referenciada.