70 mil trabalhadoras rurais deverão participar da Marcha das Margaridas nesta quarta (12)

A 5ª Marcha das Margaridas chegou nesta terça-feira (11) ao Distrito Federal. O Estádio Nacional Mané Garrincha já está lotado de “Margaridas” – nome utilizado para designar as trabalhadoras sem-terra que integram a marcha. A previsão dos organizadores é a de que 70 mil trabalhadoras rurais chegarão a Brasília para participar da manifestação. A marcha deverá iniciar às 7h da manhã e percorrerá o Eixo Monumental desde o Mané Garrincha até o Palácio do Planalto e a volta até o estádio.
Na edição de 2015, “a marcha ocorre num momento extremamente desafiador da conjuntura política do nosso país e acredito que tanto quanto a outras marchas, esta demarcou a história de nosso país”, afirma a secretária Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alessandra Lunas.
A abertura irá ocorrer na noite desta terça, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encerramento, nesta quarta-feira (12), está prevista a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff. Na avaliação de Alessandra, “a conjuntura que se desenha pós-eleições exige que as margaridas assumam a mesma postura que lhes exigiu coragem e ousadia para reconduzir Dilma Rousseff à Presidência da República, para que continuem afirmando-se como sujeitos de direitos e sujeitos políticos a fim de garantir reformas políticas capazes de proporcionar mudanças em estruturas históricas que ainda sustentam as desigualdades e a discriminação no Brasil”.
Em texto publicado no site da Contag, ela afirma que, apesar da conjuntura, as trabalhadoras rurais “seguem lutando para fazer o Brasil avançar no combate à pobreza, no enfrentamento à violência contra as mulheres, na defesa da soberania alimentar e nutricional e na construção de uma sociedade sem preconceitos de gênero, de cor, de raça e de etnia, sem homofobia e sem intolerância religiosa. Seguimos denunciando, reivindicando, propondo e negociando ações e políticas públicas, que contribuam na construção de um desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade”.
Ela informa ainda que a 5º Marcha das Margaridas demonstra a necessidade de se efetivar “um forte monitoramento das conquistas de nossa luta, identificando os desafios a serem enfrentados e fortalecendo a nossa incidência em todos os níveis, do local ao nacional, a fim de que estas conquistas aconteçam na vida das mulheres e também enseje a construção do debate da realidade, necessidades e anseios, nas comunidades e municípios, aprofundando a reflexão sobre nossos problemas”, afirma.
A 5º edição da Marcha das Margaridas buscará estabelecer e consolidar parcerias e, com a capacidade organizativa das trabalhadoras do campo, elas pretendem traduzir os problemas em propostas de mudanças para uma vida digna no campo e na floresta. “Seguimos acreditando que a ousadia, a solidariedade e a criatividade da cada Margarida florescerão ainda mais fortes, jogando sementes férteis para mudar a vida de cada mulher trabalhadora do campo, da floresta e das águas”, diz o texto publicado na página da Contag.