50 mil na Esplanada. Mas a imprensa não vê

A maior de todas as marchas realizadas pelos trabalhadores em todo o Brasil foi realizada na última quarta, 11, em Brasília. Pelo menos 50 mil pessoas de todos os estados do País participaram da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, manifestação coordenada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais. Mas a grande imprensa ignorou solenemente a manifestação, como se ela não tivesse existido.
Mais uma vez a imprensa demonstra como manipula a notícia, como determina até que um acontecimento dessa magnitude não receba nem sequer uma linha em seus jornais, noticiários e sites. Essa é uma demonstração de que a imprensa tem lado sim e não é o lado da classe trabalhadora.
Marcha
Durante a marcha, que saiu do estacionamento do estádio Mané Garrincha e percorreu todo o Eixo Monumental até o Congresso Nacional, os manifestantes ergueram faixas reivindicando a implementação de uma política de valorização do salário mínimo no Brasil. Além dos trabalhadores a mobilização também contou com representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que pela primeira vez participou da mobilização.
Os seis eixos unificados definidos foram a votação do PL 01/07, que efetiva a política de valorização do salário mínimo; novo marco regulatório para o pré-sal, atualização dos índices de produtividade da terra e aprovação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo; ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT; aprovação do PL sobre a regulamentação da terceirização e combate à precarização nas relações de trabalho e, principalmente, redução da jornada sem redução do salário. Em relação à última questão a proposta é de que a jornada semanal de trabalho passe de 44 para 40 horas semanais. A Proposta de Emenda Constitucional que implementa a redução (PEC 231/95) também amplia para 75% o valor das horas extras.
Presidente nacional da CUT, Artur Henrique, explicou os resultados positivos da aprovação de cada eixo da pauta da classe trabalhadora pelos parlamentares, em especial da valorização do salário mínimo. “Mais de 20 milhões de brasileiros vivem com um salário e dependem que os deputados federais e senadores garantam a recuperação do mínimo até 2023, fazendo com que isso não seja uma política apenas de governo, mas também de Estado”, defendeu. Após protestarem em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o interdito proibitório, instrumento que a Justiça concede para frear a mobilização dos trabalhadores, e a criminalização dos movimentos sociais, os trabalhadores encerraram a Marcha na Praça dos Três Poderes.