43% dos estudantes do Cemi do Gama passaram nas avaliações do PAS e do Enem

Estudantes do Cemi comemoram vitória no PAS 2018

Quarenta e três por cento dos(as) estudantes do Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi), do Gama, passaram com notas elevadas no Programa de Avaliação Seriada (PAS) 2018 e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018. Ou seja, dos 162 estudantes que fizeram o PAS no ano passado, 66 passaram na primeira chamada para a Universidade de Brasília (UnB) e outras instituições de ensino superior.

A previsão de Lafaiete Formiga, professor de matemática e diretor do Cemi, é a de que em março, com a segunda chamada do PAS, esse número suba para 80 estudantes. Ele comemora a vitória e diz que, além do esforço dos(as) estudantes, há vários fatores que corroboram o resultado positivo.

Um deles é o fato de o Cemi ser uma escola de Ensino Médio de Tempo Integral (EMTI), com o número de aulas superior ao das demais escolas da rede pública de ensino e ter um corpo docente dedicado. Durante o ano letivo, os(as) professores(as) investem em programas de iniciação científica, projetos e trabalhos que exigem dos(as) 460 estudantes da unidade escolar tempo,  dedicação e estudo.

Situada no Setor Oeste do Gama, o Cemi funciona há 12 anos e todo ano brilha nas competições de conhecimento. Seus(as) estudantes têm participação garantida em feiras científicas nacionais e internacionais. Os(as) estudantes participam de projetos pedagógicos, como o Curta Consciente, em que produzem pequenos filmes sobre temas que despertam a consciência crítica.

No Projeto Empresa, os(as) estudantes montam uma empresa com toda a sua hierarquia e, fora isso, das saídas de campo, como, por exemplo, vão a Goiânia conhecer o Museu do Cerrado. Também participam do Projeto Aplicativo, no qual produzem aplicativos para a internet; e ainda participam de saraus culturais; das visitas a todos os patrimônios históricos do Distrito Federal. Todas as disciplinas promovem de atividades pedagógicas fora da escola.

O Cemi também tem o número de aulas superior ao das demais escolas da rede pública. Português, por exemplo, é uma das que tem pelo menos quatro aulas a mais do que as demais, além de atividades fora da escola, como atividades de leitura que obriga o estudante a frequentar bibliotecas, ir ao cinema, teatro, shows e outras atividades culturais que ocorrem em Brasília. A professora sempre leva as turmas para os eventos culturais do CCBB e outros locais que acontecem a cultura.

Outro aspecto que fortalece a escola e a torna exemplo de educação pública bem-sucedida é o fato de ter recebido investimentos financeiros no ano passado. Ainda que precários, os recursos que entraram na escola no ano passado trouxe o resultado este ano.  O Cemi recebeu todas as parcelas do PDAF em 2018 e mais recursos financeiros de emendas constitucionais da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Graças a isso, pôde investir na formação e no conhecimento dos(as) estudantes.

Além do sucesso no fazer pedagógico, a escola também é sucesso na inclusão de pessoas com deficiência. No ano passado, recebeu 11 estudantes especiais e vários deles sobressaíram nos exames. Um deles, Paulo Damasceno, que brilhou no PAS. “Quem vê o Paulo não diz que ele é autista. É um protagonista dos saraus culturais e outras atividades em que se revela como uma pessoa integrada, feliz e capaz de produzir conhecimento.

O desempenho dele e dos outros 11 estudantes especiais que ingressaram na escola no ano passado comoveu os(as) professores(as). Paulo é um dos que superou de tal forma o autismo que a mãe dele veio à escola agradecer a todos pelo desenvolvimento do filho”, conta o diretor.

Formiga diz que, apesar de ter recebido todas as parcelas do PDAF no ano passado e algumas emendas da CLDF, a escola ainda carece de recursos financeiros. “Precisamos de uma quadra coberta e de um espaço para instalar o redário, local de descanso para os(as) estudantes que passam o dia na escola. A escola precisa de investimento financeiro do governo”.

Cleber Soares, diretor do Sinpro-DF, afirma que “o Cemi é um exemplo de escola que, com menos recursos financeiros conseguiu superar todas as escolas militarizadas nas avaliações de conhecimento e provou que não é preciso pôr policiais afastados da lida diária da Polícia Militar para ocupar o espaço pedagógico do professor. Ao contrário, é preciso ampliar todos os tipos de investimentos e fazer a escola pública funcionar com os recursos financeiros a que tem direito. No Distrito Federal há somente mais 12 unidades, das 678 escolas da rede pública de ensino, com regime de EMTI”.

Confira fotos da equipe do Cemi: