27 de setembro – dia nacional da doação de órgãos

Neste 27 de setembro, em que se busca conscientizar a importância da doação de órgãos, o Sinpro traz a história da professora aposentada Maria Alice Oliveira de Sousa. O ano era 2013, e uma hepatite autoimune a deixou com apenas 20% do fígado funcionando.

Ela entrou na lista de espera por um transplante. Seu quadro estava evoluindo para cirrose.

Nesse momento, o nome de Alice entrou na lista de transplantados do Distrito Federal, e passou a fazer parte de um sistema muito bem azeitado. Seu médico a cadastrou na relação do Sistema Único de Saúde (SUS), e categorizada por grau de urgência (no caso de Alice, alto. Ela tinha prioridade).

 

O Sistema de Transplantes do SUS

Ao surgir um doador de órgãos, os dados daquela pessoa entram no sistema de transplantes. O cruzamento dos dados do doador (tipo sanguíneo, peso e altura, dentre outros) com os dados de quem está na lista gera uma lista de pacientes compatíveis com os órgãos a serem doados. Essa lista busca, a princípio, dar prioridade aos receptores geograficamente mais próximos, pois o transplante de órgãos é uma corrida contra o tempo.

Em seguida, as equipes médicas dos receptores são notificadas, e confiram se podem ou não receber o órgão doado, levando em conta o estado de saúde do paciente receptor – que pode não esta capaz, naquele momento, de sofrer uma cirurgia de grande porte como um transplante de órgãos.

A ordem de inscrição da lista de espera do SUS tem critérios cronológico e de seleção conforme a gravidade do caso ou com base na compatibilidade sanguínea e genética com o doador. Os critérios de desempate são diferentes, de acordo com o tipo de órgão ou tecido necessário, pois cada um tem um tempo certo para ser utilizado.

Em agosto deste ano havia 1.330 pessoas à espera de um transplante de órgão no Distrito Federal. Desse total, 42 pessoas estavam à espera de um coração, outros 23 pacientes precisando de um fígado, 652 pessoas aguardando um rim, e outras 613 esperando por córneas.

De volta à professora Alice: depois de 22 dias de espera, o telefone tocou. Era o dia 21 de agosto de 2013. “Foi um misto de medo, emoção e nervosismo e muita, mas muita fé. Eu recebi a ligação às 22h do dia anterior, e precisava estar no hospital às 7h. Não dormi mais”.

No dia 22 de agosto, Alice fez a cirurgia e tudo deu certo. E sua vida mudou: “No ano seguinte, eu comecei a praticar corridas de rua e esse ano participei dos Jogos Mundiais para Transplantados que foi o auge das mais de 200 corridas que participei”.

 

Lembre seus familiares sempre do seu desejo de doar os órgãos

Neste 27 de setembro, a professora Alice nos ensina que a conscientização para a doação de órgãos é uma questão de diálogo: “As pessoas que têm o desejo de doarem órgãos, peço que conversem claramente com suas famílias, e procurem sempre lembrá-los desse desejo. Deixem bem clara a sua vontade, pois na hora final quem decide é a família e, quando essa hora difícil chega, as famílias sempre se lembram do desejo de seu ente querido, e autorizam a doação dos órgãos.”

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