Sinpro repudia ato criminoso de fazendeiros contra MST

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal repudia veementemente as atitudes criminosas de fazendeiros que bloqueiam o acesso à ocupação Ana Primavesi, localizada no núcleo rural Rio Preto, em Planaltina.

No final da tarde de terça-feira (03/05), os fazendeiros atearam fogo próximo ao local onde estão 300 famílias de ocupantes, e bloqueiam o acesso ao local, impondo uma espécie de cárcere privado às famílias.

O ataque se repetiu nesta quinta-feira (05/05), com registro de pessoas feridas entre os agricultores do MST.

A ocupação Ana Primavesi faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que este ano traz o lema “Reforma Agrária Popular: por terra, teto e pão”. O nome da ocupação é uma homenagem à agrônoma austríaca radicada no Brasil e que foi uma importante pesquisadora da agroecologia e da agricultura orgânica. Ana Primavesi morreu em 2020, aos 99 anos. 

O objetivo da ocupação, segundo o MST, é denunciar a crescente prática de especulação imobiliária por parte de grileiros no território e exigir a retomada da criação de novos assentamentos de Reforma Agrária no DF.

 

Justiça do DF a favor dos sem-terra

Ainda na última terça-feira (03/05), a Justiça do Distrito Federal negou a reintegração de posse pedida por fazendeiros para a área da ocupação Ana Primavesi, que é uma região de intensa especulação fundiária. O juiz Carlos Frederico Maroja de Medeiros, da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do DF, considerou que não houve comprovação de legalidade na posse por parte dos fazendeiros.

A Polícia Militar está no local, mas nada faz para desbloquear a passagem, mantendo as famílias em cárcere privado.

Na tarde desta quinta-feira (05/05), nova liminar do mesmo juiz Medeiros determinou que, se os fazendeiros não desobstruírem imediatamente a via, que DF Legal e Polícia Militar do Distrito Federal efetuem em até 72h a desobstrução. Também solicitou a instauração de inquérito policial para apurar prováveis crimes.

Mesmo com a tentativa de intimidação dos fazendeiros, o MST-DF informou que as famílias só sairão da ocupação quando a Terracap apresentar uma outra área com finalidade de reforma agrária.

“Queremos o direito de ir e vir garantido pela Constituição e também queremos que o Governo do Distrito Federal aponte uma área para assentar essas 300 famílias que estão lutando pelo seu direito à terra”, enfatiza o dirigente do MST no DF, Marcio Heleno, que está na ocupação.