Sinpro apresenta emendas na 17ª Plenária da CUT-DF para valorizar o magistério público
Durante na 17ª Plenária Distrital da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), o Sinpro apresentou emendas com foco na melhoria das condições de trabalho dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais da rede pública de ensino do Distrito Federal, com destaque para a defesa da educação pública e a ampliação dos direitos dos(as) servidores(as). O evento foi realizado nos dias 28, 29 e 30 de agosto, no Teatro dos Bancários, em Brasília.
A diretora do sindicato, Márcia Gilda, destacou que “o magistério público do DF enfrenta desafios históricos que precisam ser enfrentados com coragem e unidade e que as emendas aprovadas visam a garantir que nossa categoria, que forma o futuro do país, seja devidamente reconhecida e valorizada”.
Ela enfatizou a importância das emendas propostas pelo sindicato, que buscam reverter o cenário de desvalorização da educação e dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais. Também salientou o problema do aumento das jornadas de trabalho, a desprofissionalização da categoria e a pressão para que os docentes exerçam múltiplas funções sem a devida compensação.
“Queremos uma educação pública de qualidade, e isso só será possível com a valorização das nossas educadoras e dos nossos educadores. A luta pelo reajuste salarial, melhores condições de trabalho e a defesa de um currículo que respeite a autonomia do magistério são fundamentais para uma educação democrática e transformadora”, completou a diretora.
Por meio das emendas apresentadas, o Sinpro também denunciou a precarização das relações de trabalho e a constante ameaça de desregulamentação das conquistas históricas da categoria. A conjuntura do DF, com uma base governamental e legislativa que muitas vezes ignora as reivindicações do setor público, torna a luta ainda mais urgente.
Outra emenda apresentada foi sobre a questão de gênero. “Apresentamos uma emenda pontual dizendo que a educação precisa ser também contra a violência e pela igualdade de gênero”, informou Thaisa Magalhães, coordenadora da Secretaria de Formação Sindical do Sinpro e coordenadora da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-DF.
A luta contra a precarização
Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT-DF, comentou que os dados do mercado de trabalho revelam uma realidade de desigualdade estrutural no DF, com altos índices de desemprego, especialmente entre as mulheres e a população negra, o que torna ainda mais essencial fortalecer a atuação dos sindicatos e a representatividade no Legislativo local. E relacionou essa precarização generalizada no mercado com o setor público.
A 17ª Plenária da CUT-DF também foi marcada por debates aprofundados sobre as dificuldades da classe trabalhadora e a falta de representatividade no Congresso Nacional e na Câmara Legislativa do DF (CLDF). Estudo apresentado por Neuriberg Dias, analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), revelou que a representação da classe trabalhadora ainda é insuficiente, com um Congresso Nacional e uma Câmara Legislativa dominados por forças conservadoras e de extrema direita.
Segundo Dias, “embora o Legislativo local mostre uma diversidade maior, a luta por pautas progressistas e de valorização dos direitos sociais ainda encontra resistência em diversas frentes. ‘Precisamos eleger representantes comprometidos e comprometidas com a classe trabalhadora e, especialmente, com a educação pública. Não podemos permitir que a falta de um projeto de governo para as servidoras e os servidores públicos continue a prejudicar nossa categoria”, afirmou o presidente da CUT-DF.
Rodrigues também alertou sobre os impactos da precarização do trabalho e a necessidade de fortalecer a luta contra as privatizações, especialmente na área educacional. A 17ª Plenária Distrital da CUT-DF discutiu as desigualdades estruturais no mercado de trabalho local. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o desemprego na capital do país caiu, mas a qualidade do emprego não melhorou para os grupos mais vulneráveis. Essa realidade, refletida nas estatísticas de desemprego entre mulheres e negros, é um reflexo de um modelo econômico que ainda não garante igualdade de oportunidades. “O fortalecimento dos sindicatos e a luta por políticas públicas que garantam o emprego digno são fundamentais para mudar esse quadro”, afirmou Rodrigo Rodrigues.
Os encaminhamentos da 17ª Plenária da CUT serão levados para a 17ª Plenária Nacional – João Batista Gomes (Joãozinho) “Novos Tempos, Novos Desafios”, entre os dias 14 a 16 de outubro. O evento reunirá dirigentes sindicais de todo o Brasil para organizar a estratégia da Central diante do atual contexto de luta da classe trabalhadora. A atividade deve contar com a participação de delegados e delegadas das Estaduais e Ramos da CUT.
Confira a cobertura completa da 17ª Plenária da CUT-DF nos links a seguir:
Representação da classe trabalhadora ainda é exceção no Congresso e na CLDF
No DF, queda no desemprego não reduz desigualdades históricas
https://df.cut.org.br/noticias/no-df-queda-no-desemprego-nao-reduz-desigualdades-historicas-abbb
“O Brasil precisa da CUT”, afirmam lideranças na abertura da 17ª Plenária Distrital
“Não existe democracia sem direito do trabalhador”, diz desembargador do TRT
Acesse também o site da 17ª Plenária: https://17plenaria.cut.org.br/