10 anos do “Massacre do Eixão”: a repressão que virou símbolo de resistência e união sindical no DF

Nenhuma luta é perdida enquanto houver quem resista. Essa lição marcou a história do magistério público do Distrito Federal há 10 anos, no episódio conhecido como “Massacre do Eixão”.

Em 28 de outubro de 2015, Dia do Servidor Público, uma manifestação de professores(as) e orientadores(as) educacionais da rede pública – que, em greve, lutavam por respeito à categoria e garantia de direitos conquistados – foi reprimida pela Polícia Militar (PM). O que era um ato pacífico de diálogo com a população para denunciar o desrespeito do Governo do Distrito Federal (GDF) com os profissionais do magistério se tornou um marco de resistência e um símbolo de unidade entre várias categorias profissionais, além de reforçar o legado histórico de que a união da classe trabalhadora é inquebrantável diante da violência estatal.

Com faixas e cartazes nos Eixos Norte e Sul, o ato público, que fechou os dois Eixos do centro de Brasília, pressionava o GDF a atender reivindicações de uma greve legítima, que, até então, não era atendida: o governo se recusava a dialogar de forma propositiva. A resposta do GDF foi desproporcional: o Batalhão de Choque agiu com intimidação e truculência. Com spray de pimenta, bombas de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, a polícia agrediu e prendeu servidores(as) que lutavam por melhorias salariais e de condições de trabalho.

A truculência foi noticiada amplamente e condenada por entidades civis e sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores do DF (CUT-DF). A imagem de educadores(as) sendo agredidos transformou a pauta da greve em causa de repúdio à repressão e solidificou o apoio interno e externo ao movimento paredista. A repressão tentou calar, mas encontrou resistência e solidariedade de classe. Um exemplo marcante foi a ação organizada pelo Sindicato dos Rodoviários, que paralisou as atividades na Rodoviária do Plano Piloto para exigir a libertação dos(as) profissionais detidos(as) na ação truculenta do Batalhão de Choque.

O “Massacre do Eixão” serviu como catalisador para a união da categoria. No dia seguinte ao ataque, educadores(as) demonstraram sua indignação  com novo protesto em frente à residência oficial do governador. A tentativa de repressão falhou em enfraquecer o movimento: deu novo fôlego à greve, que se manteve firme em suas reivindicações. O governo perdeu o respaldo moral e a greve ganhou força e legitimidade perante a opinião pública.

Hoje, ao recordar os 10 anos deste evento, o episódio permanece como legado e lição histórica sobre o poder da resistência, da unidade e da solidariedade de classe. O “Massacre do Eixão” não é apenas lembrança de um dia de agressão: é símbolo duradouro e paradigmático da resistência coletiva de que a luta sempre vale a pena.

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Edição Vanessa Galassi.