Reajuste para servidores do TCDF escancara desvalorização da educação

Uma reportagem mostrada pelo DFTV mostra a total desvalorização dos professores da rede pública de ensino do DF. Com o aumento que os servidores do Tribunal de Contas do Distrito Federal, entre 41% e 65%, um contínuo do Tribunal passará a ganhar R$ 7.9 mil, mesmo salário de um professor com doutorado, dedicação exclusiva, 40h de trabalho por semana e 21 anos na rede pública. Além do desrespeitoso, esta desvalorização deixa o professor, que cuida da formação dos cidadãos brasileiros, totalmente desmotivado.

Além de mostrar a falta de comprometimento do GDF com os professores e as professoras, o aumento aos servidores do TCDF revela o descumprimento de uma meta do próprio governador Agnelo Queiroz, que no final de 2012, durante entrevista, revelou que não daria aumento a quaisquer servidores nos próximos dois anos e que nada seria feito sem planejamento. É bom lembrar que mais de mil servidores do Tribunal de Contas receberão reajuste, aprovado em tempo recorde pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O acordo de reestruturação do plano de carreira, assinado em abril de 2011, previa uma reestruturação em três anos (março/2012, março/2013, março/2014). O seu descumprimento nos levou à greve em 2012 e é inadmissível que a Secretaria de Educação afirme que “os professores do DF tiveram o maior reajuste concedido à categoria em todo o país”. A SEDF parece ter esquecido que tivemos 2,69% de reajuste, em março de 2012, como resultado do acordo de reajuste para o ano de 2011, dividido em três parcelas.
O Sinpro afirma que é necessário haver um equilíbrio entre as carreiras e não um tratamento diferenciado, como o que temos visto. É lamentável que a educação não seja tratada como prioridade pelo governo. Com a reunião marcada para o dia 16 de janeiro com o governo, esperamos que a negociação caminhe para a isonomia salarial com as demais categorias de nível superior do GDF, corrigindo esta distorção.