ONU mostra em relatório que Brasil em 12 anos reduziu pobreza absoluta em 75%

O Mapa da Fome 2013, relatório anual da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO-ONU) , apresentado hoje pela manhã em Roma, mostra que o Brasil reduziu em 75% a pobreza extrema – o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia – entre 2001 e 2012.
No mesmo período, o nível de pobreza – o número de pessoas que vivem vive com menos de US$ 2 por dia – também foi reduzido em 65%. Dos 12 anos de que trata este Mapa da Fome, oito transcorreram sob governos Lula (2003-2010) e dois sob governo Dilma (2011/2012). Com estes dados o relatório da FAO mostra que o Brasil é um dos países com maior progresso no combate à fome. O documento registra a criação do programa Fome Zero, em 2003, primeiro ano de governo Lula, como uma das razões para o avanço do Brasil nessa área.
Num de seus trechos o documento reconhece que a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome desde a instituição do Fome Zero (2003) é a responsável pelos avanços. O relatório até reproduz uma determinação que o ex-presidente se estabeleceu, de fazer com que todos os brasileiros tivessem no mínimo três refeições por dia.
“O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente”, diz o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza somente em 2013.
Em apenas um ano, 2013, Brasil investiu R$ 35 bi na redução da pobreza
Montado no Ministério de Segurança Alimentar, o Fome Zero era um conjunto de ações nessa área. Inicialmente ele funcionava através de um um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida. Mas, logo substituído pelo Bolsa Família englobando todas as ações do governo no setor. O Fome Zero foi concebido pelo então ministro do governo Lula, José Graziano, hoje diretor-geral da FAO.
Claro, ninguém tem a ilusão de que está tudo resolvido nessa área, e o relatório acentua, também, que apesar de ser um dos casos mundiais de maior sucesso na redução da fome, o Brasil ainda tem mais de 16 milhões de pessoas vivendo na pobreza, o equivalente a 8,4% da população de 200 milhões.
De acordo com o relatório divulgado nesta manhã, a América Latina é a região onde houve maior avanço na redução da pobreza e da fome entre 1990 e 1992, especialmente na América do Sul, com os países do Caribe avançando um pouco mais lentamente. O relatório mostra que o número de pessoas subnutridas na região passou de 14,4% da população para cerca de 5%. Além do Brasil, a Bolívia é citada como exemplo. Apesar de ainda ter quase 20% da população abaixo da linha da pobreza, saiu de um porcentual próximo a 40%.
805 milhões ainda passam fome no mundo
O documento acentua, ainda, haver 805 milhões de pessoas passando fome em todo o mundo. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos. O relatório cobra, ainda, a lentidão com que se dão os avanços nessa área, considerando-a muito abaixo do ideal que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la.
O relatório completo está disponível no site da FAO
Para saber mais sobre o assunto recomendamos a leitura do texto O saldo real do Brasil na ótica do Mundo, de Walter Santos, Jornalista e diretor executivo do grupo WSCOMM, publicado na revista Nordeste.
 
Fonte: Blog do Dirceu