O mundo fica melhor sem o preconceito e a discriminação

O início desse milênio foi marcado por mudanças profundas em vários setores da sociedade. Algumas dessas mudanças resultaram do trabalho militante, iniciado décadas antes do final do século, que diziam respeito à luta por Direitos Humanos e com uma preocupação especial: de como as questões relacionadas ao desejo, às orientações sexuais, às diversas identidades sexuais que se afirmavam perante a sociedade, seriam tratadas dentro das salas de aula. Eram visões de mundo diferente, por vezes radicais, que chocavam-se com os valores dos educadores, pois eram alegadas questões de consciência ao se tratar de temas considerados controversos e de cunho pessoal. Esses desafios ainda não foram superados e são enfrentados até hoje.
No entanto, apesar da resistência da comunidade docente e dos pais de alunos, o tema da diversidade e do respeito às orientações e escolhas sexuais se impôs pelas diversificadas vivências nas salas de aula e isso não ocorreu de maneira espontânea. O trabalho realizado pela militância LGBT foi responsável por levar as discussões sobre o combate ao preconceito e à discriminação para vários setores da sociedade e dos governos (incluindo suas secretarias), bem como em centrais e movimentos sindicais e confederações (acrescentar).
A idéia de que os homossexuais masculinos e as lésbicas eram pessoas doentes foi reforçado, no início dos anos 80, com o advento da AIDS, associando a imagem do homossexual masculino à epidemia, sendo necessária a denúncia desta situação por parte dos grupos LGBT organizados. Com isso. Os governos foram forçados a trabalhar com a questão e o movimento sindical, naquela época, também foi impulsionado a discutir o assunto com suas bases, sempre no viés do combate ao preconceito, exigindo do governo, juntamente com os movimentos sociais, a implementação de políticas públicas.
A luta dos grupos de defesa de direitos LGBT sempre considerou fundamental que esse segmento da sociedade fosse compreendido e respeitado em todas as instituições sociais, principalmente depois que a comunidade científica aboliu a homossexualidade do Código Internacional de Doenças. Isso, obviamente, incluía a escola, pela sua importância na formação de caráter dos(as) cidadãos(ãs). É sabido que essa temática não constava nos currículos escolares nos vários níveis de ensino e, por isso, essa discussão tornava-se muito mais difícil de ser realizada. Essa passou a ser uma tarefa dos sindicatos ligados à Educação, mudando a sua prática sindical e incluindo as bandeiras de lutas dos movimentos de defesa dos direitos humanos LGBT.
Neste contexto, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal discutia políticas de inclusão em sua base, sendo necessária a criação de uma secretaria que discutisse ações pontuais, que tratasse especificamente sobre o preconceito e a discriminação contra LGBT (pesquisar estatuto – datas). A demanda foi tão grande que, no ano de 2003, no Congresso de Educação (ou Conferência – verificar) promovido pelo Sinpro, foi aprovada a separação das secretarias de Gênero, Raça e Sexualidade, criando-se a Secretaria de Assuntos e Políticas para as Mulheres Educadoras e a Secretaria para Assuntos de Raça e Sexualidade.