Movimento popular da Ceilândia exige manutenção do vestibular da UnB

Representantes do Movimento Pró-Universidade Pública na Ceilândia (MOPUC) estiveram na ocupação da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB) para criticar a proposta de suspender o vestibular no campus da cidade. Eliceuda França, coordenadora do movimento e diretora do Sinpro-DF, foi contrária à decisão dos estudantes que queriam o cancelamento do vestibular e que não abre mão da abertura de cursos noturnos em 2012. “Ceilândia é uma cidade de trabalhadores, que precisam dessa opção”. Ela lembrou quando a expansão foi aprovada no Consuni, em 2008. “Nós estivemos no Consuni quando foi discutida a expansão e pedimos a palavra. Foram os cinco minutos mais importantes dos 20 anos de história do movimento”, recordou. O Sinpro-DF sempre esteve ao lado da luta dos estudantes e espera que o conflito tenha um resultado favorável, que beneficie a comunidade acadêmica.
Eliceuda é professora da rede pública e contou que também enfrenta condições precárias nas escolas, mas que o sonho de ter a UnB na Ceilândia é maior do que as dificuldades. Disse que os alunos de hoje não podem cercear o direito de quem também quer fazer parte desse sonho. Todos os anos, sete mil estudantes da cidade concluem o ensino médios. “Inclusive, não abrimos mão da abertura de cursos noturnos em 2012. Ceilândia é uma cidade de trabalhadores, que precisam dessa opção”.
Jéssica Rosa, uma das coordenadoras da ocupação da UnB Ceilândia, afirmou que ninguém quer suspender a entrada de novos alunos, mas essa é uma medida extrema para pressionar pela finalização do campus. “Eu não quero que isso aconteça, mas chegamos a um ponto em que essa parece ser a única saída”, afirmou. “Eu peço cautela”, disse Jeane Quitéria, do MOPUC. “Vocês estão tomando uma decisão por uma cidade de 700 mil habitantes”.
Para estudantes do cursinho pré-vestibular da Associação Comunitária da Expansão do Setor O (Aceso), de Ceilândia, a possibilidade de cancelar o próximo vestibular representa o a interrupção de um sonho. “Não é justo que nós, que não temos nada a ver com todos estes problemas, paguemos com o cancelamento da prova”, afirma a pré-vestibulanda e moradora do Setor O Gizele Lopes, 20 anos, recém saída do Ensino Médio. Edna Maria da Silva, que resolveu realizar o antigo desejo de estudar na UnB aos 41 anos, também é contra o cancelamento do primeiro vestibular de 2012 por conta do atraso nas obras. “Tudo foi feito para que as aulas continuassem mesmo sem os prédios. Esse esforço tem que continuar para que a gente não saia prejudicado”, comentou a pensionista e também moradora de Ceilândia. Os estudantes querem que a questão da suspensão do vestibular seja levada ao Conselho Universitário, cuja próxima reunião será no dia 23 de setembro.
Com informações do site da UnB