CNTE repudia agressão contra dirigentes do SINTE-PI

A CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, representante de mais de 2,5 milhões de trabalhadores no ensino público básico no país, à qual o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí é filiado, vem a público repudiar a agressão física sofrida por membros do SINTE-PI, inclusive pela presidente da entidade, professora Odeni de Jesus, durante assembleia da categoria realizada no dia 15.Para a CNTE, é inadmissível todo e qualquer tipo de violência. A Confederação considera que o ato, longe de contribuir para a união do movimento e a defesa dos direitos dos trabalhadores em educação, só vem macular a imagem dos docentes piauienses, que sempre estiveram comprometidos com a democracia e a defesa da cidadania. O Sinpro-DF também manifesta total repúdio à esse tipo de ação que em nada contribui para os avanços que a Educação merece.
As agressões têm sido uma prática de poucos grupos que não respeitam a democracia, a pluralidade de pensamento e as direções de sindicatos eleitas democraticamente pelos trabalhadores. Constituem-se somente em ato para fortalecer o partido político ao qual os agressores são filiados e a central sindical que estão tentando construir. Infelizmente, não é a primeira vez que manifestações de violência durante greves de trabalhadores da Educação acontecem. O mesmo grupo que protagonizou a agressão contra a direção do SINTE-PI desta vez também perpetrou ações semelhantes em outros estados no ano passado. Desta forma, a CNTE espera que as agressões cessem, expressando seu irrestrito apoio à direção do SINTE-PI, pois somente com um movimento de paz, união, respeito e democracia é possível construir uma escola pública gratuita e de qualidade para todos e em todos os níveis e modalidades de ensino. (CNTE)
Governo promete enviar à Assembleia aumento de 22%
O Governo do Estado vai encaminhar na próxima semana à Assembleia Legislativa a proposta de reajuste salarial de 22,23% para os Professores do Estado, que decidiram anteontem suspender a greve nas Escolas da rede estadual. Por enquanto, o aumento que está em vigor é o de 8% que foi aprovado no Legislativo. Parte dos Professores já voltou à sala de aula e uma outra parcela manteve a greve e continua acampada na Praça da Liberdade, ao lado do Palácio de Karnak. O secretário de Educação, Átila Lira, informou que a partir de segunda-feira, vai chamar os Professores substitutos à medida da necessidade.
A mensagem que será encaminhada à Assembleia Legislativa substitui a proposta já aprovada no Poder Legislativo, de reajuste de 22% para os Professores dos níveis A e B, que concentra cerca de apenas 10% da categoria, segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Educação. Os demais Professores tiveram 8% de aumento. Depois de negociação com o comando de greve, ainda na semana passada, o governo decidiu reformular o aumento, com a garantia de que nova mensagem seria encaminhada à Assembleia – dado o aumento de 22,23% de forma escalonada em quatro parcelas, fechando os 22,23% em outubro.
Como os Professores rejeitaram a proposta, o governo suspendeu o envio da mensagem. Ontem, com o fim da greve, o governo confirmou que encaminhará a proposta à Assembleia. Átila Lira disse ontem que as aulas estão normais, mas o que estiver faltando será ajustado a partir de segunda, com a chamada dos Professores substitutos, para acabar de sufocar a greve da categoria. Vamos ver o que ainda é preciso, comentou o secretário de Educação. O secretário frisou que os Professores não voltaram 100%, mas a partir de segunda, quando verificarem quantos voltaram e quantos substitutos precisam, vai convocar os substitutos.
Os grevistas poderão responder com o corte do ponto e processo administrativo disciplinar, podendo resultar em demissão por abandono do emprego. Um grupo de Professores segue afirmando que a greve continua, depois de 76 dias de paralisação. Eles continuam a manifestação e dizem que a greve é por tempo indeterminado, até o governo pagar o piso nacional retroativo a janeiro e retirar a incorporação da regência da proposta de aumento. Os Professores garantem que o movimento é independente e que o Sinte não representa mais a categoria.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Piauí (Sinte-PI), Odeni Silva, foi agredida ao tentar articular o fim da greve na assembleia da categoria, na última quarta-feira. Ela fez registro de um boletim de ocorrência na polícia e anunciou que está ajuizando ação por danos morais e agressão contra alguns Professores que militam no movimento contrário à direção do sindicato.