GDF usa indevidamente imagem de professora em propaganda que precariza o ensino público

O Governo de Brasília está exibindo na TV uma propaganda sobre suas políticas para a educação. Nela, orgulha-se em afirmar que oferecerá 2.471 bolsas de estudo para que crianças de 4 e 5 anos de idade possam estudar na rede privada, pois há escassez de vagas na rede pública. O valor da bolsa é de R$ 456, 17, que em muitos casos é insuficiente para custear a educação infantil na rede privada.
Esta compra de vagas na rede privada é um subterfúgio para que o GDF não construa escolas para atender a comunidade escolar, principalmente na educação infantil. O Sinpro rejeita essa compra de vagas, por ser uma forma de terceirização da educação. Os dirigentes do Sindicato foram enfáticos em ressaltar que “o governo precisa abrir creches públicas e não comprar vagas na iniciativa privada. Isso deixa o governo acomodado em não ampliar vagas na rede pública, atendendo interesses do empresariado que administra a educação privada. A solução parte do fortalecimento das instituições públicas, com abertura de creches, escolas de educação infantil e com a presença de professores concursados para atuar em todos os níveis de atendimento da educação básica – o que inclui creche e educação infantil”.
indevidoPara piorar, a propaganda exibiu em primeiro plano a imagem da professora Beatriz Goulart, do CEI 4 de Taguatinga, enquanto lecionava. Ela manifestou seu repúdio com o episódio. “Fui surpreendida com uma propaganda do GDF onde minha imagem está sendo veiculada. (…) (Eles) Pediram para filmar algumas atividades que estavam sendo realizadas por meus alunos. Não fiz qualquer objeção, pois acreditei tratar – se de uma ação de valorização do trabalho pedagógico na educação infantil. (…) Em nenhum momento disseram que as imagens seriam utilizadas para compor propaganda política do GDF. Aqueles que me conhecem sabem que não comungo com este governo”, declarou por escrito.
A professora, militante da luta sindical, que nunca apoiou esta proposta do governo de compra de vagas, irá tomar as providências cabíveis. “O sentimento que me consumiu foi de raiva, muita raiva, fui enganada. Sou contra essa Bolsa Educação Infantil, sou contra o desvio de verba pública para o setor privado.(…) Bolsa Educação, pra mim, é a privatização do serviço público que a escola pública oferta. A solução é a construção de escolas públicas”, endossou.