Candidato ao governo do RS ironiza piso do magistério

Em recente e deplorável declaração ao site Terra (ver aqui) o candidato ao governo do Estado do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, gabou-se de não ter assinado o compromisso com o CPERS/Sindicato de pagar o piso do magistério e ironizou uma das políticas públicas mais emblemáticas para o processo de valorização da categoria. Disse o candidato que quem precisa de piso deve ir à loja de material de construção.
A CNTE lamenta que o nível de certos postulantes a cargos no Executivo do país chegue ao ponto de não apenas negar direitos conquistados pela classe trabalhadora, mas de zombar e menosprezar aquelas que deveriam figurar entre as principais bandeiras de qualquer político comprometido com a inclusão social e o bem estar da população – a valorização da educação e de seus profissionais, afinal, é isso que eles pregam nos palanques!.
Em 2001, quando o Plano Nacional de Educação foi aprovado na forma da Lei 10.172, o então presidente Fernando Henrique Cardoso vetou o artigo que destinava 7% do PIB para a educação, sob a alegação cínica de que não havia previsão constitucional para tal medida. Ou seja: a vontade política fora sufocada pela filigrana legal. Balela!
Agora, com Ivo Sartori, a coisa é ainda pior! O candidato tem posição consolidada contra o piso do magistério – diferente de seu opositor que apostou erroneamente na inconstitucionalidade da Lei – e, desde já, mandou seu recado aos professores gaúchos: vão buscar o piso de vocês na Tumelero!
Diante deste fato, e de muitos outros que temos assistido nesta campanha eleitoral, a CNTE, na condição de entidade representativa de mais de 2,5 milhões de trabalhadores em educação das redes públicas de nível básico, reforça seu pedido à sociedade para que reflita sobre os rumos que pretende dar ao país nos próximos anos.
E fica o recado: votar em gente que não tem compromisso com o(a) trabalhador(a) e o povo é retrocesso!