Sinpro participa de formação sobre desconstrução de preconceitos pessoais e institucionais

O Sinpro, representado pelo diretor Carlos Fernandez, participou do projeto de formação Branquitude e Racismo: Desconstrução de Preconceitos Pessoais promovido pela Regional de Ensino do Recanto das Emas na última segunda-feira (16). O sindicato é parceiro deste projeto e a formação foi destinada às escolas de anos finais e do ensino médio, contando com a presença de 120 professores(as), orientadores(as) educacionais e dirigentes do CEF 101, CEF 206, CED 203, CEF 405 e CEF 802.

A atividade teve como temática É preciso ser antirracista e contou com as autoras do livro homônimo: Elna Dias e Aldenora Conceição. Durante o encontro as convidadas trabalharam de uma forma mais reflexiva, convidando o(a) professor(a) a enxergar ações racistas, mudando sua lente de visão. Segundo pesquisa realizada em 2023 sobre questões raciais no Brasil, abordando como o brasileiro se enxerga no país sobre a questão do racismo, 81% das pessoas concordam que o brasileiro é racista, mas apenas 11% assumem que possuem práticas racistas.

Em seguida as autoras do livro É preciso ser antirracista abordaram a construção de uma base de letramento racial, trazendo uma perspectiva do racismo na educação infantil e como os ambientes de aprendizagem estão organizados na escola. Camila Lopes, coordenadora intermediária de anos finais da regional do Recanto das Emas e uma das coordenadoras do projeto, questiona: A organização reforça o racismo ou é antirracista? “Este trabalho de desconstrução dos preconceitos deve começar da base. Até os sete anos de idade, a pessoa já formou muitas das suas percepções, e o racismo não é ensinado de uma forma oralizada, mas perceptível”.

Os(as) participantes ainda puderam assistir parte do vídeo “Vista a minha pele”, abrindo para um bate-papo, e o debate sobre o tema O racismo como um sistema complexo estruturalmente articulado: gênero, raça e classe, trazendo o aspecto de interseccionalidade. “Esta parte da formação trouxe um aspecto, por meio de perguntas, respostas e reflexões, que a questão racial não deve ser enxergada de uma maneira isolada, mas sim inserida em questões de gênero e de classe, porque tanto privilégios quanto discriminações não ocorrem somente em função de raça, mas, também, de outros traços interseccionais”, ressalta Camila Lopes.

O diretor do Sinpro Carlos Fernandez finaliza dizendo que “a educação antirracista não é somente algo imperativo para negros, mas para todos que tenham interesse em promover uma igualdade realmente democrática, de forma igualitária nas questões racial, de gênero e entre classes. A gente só consegue fazer esta mudança se organizarmos uma coalizão, independente da cor da pele”.