Sindicatos esperam novos secretários com força política e poder de diálogo

Diante do anúncio do novo secretariado do GDF, feito pelo governador eleito Rodrigo Rollemberg na tarde desta segunda-feira (15/12), representantes sindicais e lideranças de protestos mostraram expectativas em áreas como educação, saúde e cultura, que reivindicaram melhorias nas últimas semanas. Para Cleber Soares, diretor de imprensa do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), a categoria espera que o novo secretário de educação Júlio Gregório tenha força política e amplie o diálogo com a categoria. “A escolha de uma pessoa da rede pública de ensino talvez signifique maior disposição para dialogar. Esperamos que o secretário nos convide para discussão de projetos pedagógicos, por exemplo”, explica.
Segundo ele, no atual governo, junto à secretaria, a educação no DF avançou na estrutura de carreira e na contratação de aprovados em concursos públicos, mas não houve evolução na contratação de orientadores educacionais. “Também nunca tivemos tanto atraso nos salários de profissionais da educação e acertos de aposentadorias como no atual governo”, revela. Ainda de acordo com Soares, o governo deve cumprir a reformulação no plano de carreira, administra.
No último sábado, foi anunciado um rombo no caixa do GDF de R$ 3,8 bilhões, que criou um alerta sobre o risco de suspensão de serviços em determinadas áreas. Para Soares, o governo precisa decidir prioridades. “A educação só avança com projetos implementados. Esperamos não ter atraso nos salários. Se não forem pagos, continuaremos indo à luta”, promete.
Na saúde, o secretário escolhido foi Ivan Castelli, que foi subsecretário de Atenção à Saúde na gestão de Agnelo. Para Marli Rodrigues, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde (SindSaúde), a escolha de Castelli foi vista com preocupação. “Temos que encarar para ver a intenção do governador eleito, que havia prometido mudanças. Sempre esperamos que a situação melhore, mas nem sempre isso acontece”, lamenta. Sobre a crise financeira no DF, Marli acredita que ela pode ser resolvida. “Não tenho certeza se a crise é do tamanho dito, mas Brasília não pode parar. A categoria está doente, pois atende em más condições de trabalho, e a saúde não pode esperar”, enfatiza.
Expectativas na Cultura
Jonathan Andrade, 32 anos, é um dos artistas do DF que se acorrentaram no gabinete da Secretaria de Planejamento, na semana passada, para cobrar o pagamento de recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). De acordo com ele, a nomeação do ator e diretor Guilherme Reis como secretário de Cultura foi encarada com otimismo pela classe. “Fiquei muito feliz, pois ele difunde a identidade cultural da cidade e é sempre bom ter como aliado alguém seja um agente de cultura”, comemora.
Segundo Jonathan, a Secretaria de Cultura é vista pelos artistas como um espaço de difícil diálogo. “Trata-se de um sistema burocrático. Fiquei abalado pelo protesto, mas me reconheço lutando. Ainda quero ver muita arte no DF”, diz.
(Do Correio Braziliense)