Servidores de Formosa respondem à omissão da prefeitura com ampliação da greve

Nesta quinta-feira (28), pela sexta vez, o prefeito de Formosa, Itamar Barreto (PSD), não compareceu à reunião agendada com dirigentes sindicais e deu ordens para que sua equipe encaminhasse proposta que não contempla, de forma alguma, os servidores públicos do município. A reação dos trabalhadores foi a massificação e o fortalecimento do movimento paredista, iniciado no último dia 19. A situação, desconfortável tanto para os servidores quanto para a sociedade, é impulsionada pela prefeitura de Formosa, que, negligentemente, descumpre a lei e ataca o bolso dos trabalhadores.
O encontro entre representantes da prefeitura de Formosa e o Sinprefor, que representa o funcionalismo municipal de Formosa, foi realizado ainda pela manhã. Inicialmente, a proposta era pagar 10% de reajuste salarial aos servidores do magistério que têm salário até R$ 2 mil e servidores da garagem (administrativos, garis), além de encaminhar o Plano de Carreira do funcionalismo para a Câmara Municipal. A intenção era não formalizar a proposta, mantendo-a verbalizada. Depois de pressão do Sinprefor, apoiado pela CUT e pelos dirigentes de sindicatos de servidores públicos de outros municípios goianos, a proposta foi registrada em documento. A surpresa foi que a proposta que já estava ruim, ficou ainda pior.
No documento, a prefeitura de Formosa indicava que o único compromisso era incidir 20% a mais nos vencimentos de algumas categorias, percentual referente aos adicionais de insalubridade e periculosidade. “Isso já é direito, não é reajuste. O prefeito está, no mínimo, descumprindo a lei”, disse a presidenta do Sindsepem-Val – representante dos servidores públicos de Valparaíso (GO) – , Olízia Alves Silva, que, desde o início, se solidariza com o movimento paredista dos servidores de Formosa.
IMG_1280Diante da tentativa de golpe da prefeitura, os servidores, unanimemente, recusaram a proposta da prefeitura e decidiram manter a greve, que agora conta com a adesão da guarda municipal. A categoria ainda realizou grande marcha pelo centro do município, denunciando à população o descaso da prefeitura com os servidores e o serviço público.
“Temos cerca de 80% dos servidores do magistério parados. No setor de garagem, mais de 50% dos trabalhadores aderiram à greve. Na guarda municipal e na merenda escolar, este número chega a praticamente 100%”, conta o presidente do Sinprefor, Alex Nunes. Segundo o sindicalista, a tendência é que o movimento comece a próxima semana ainda mais fortalecido.
Alex Nunes conta que, na prática, o desfalque nos vencimentos dos servidores públicos de Formosa chega a 25%. Isso porque em 2014 a categoria não recebeu a progressão e, em 2015, também não recebeu o reajuste salarial. Tudo indica que a situação pode se agravar em 2016.
Nas ruas
Os servidores públicos municipais de Formosa darão prosseguimento às ações do movimento paredista nesta segunda-feira (1º/2), com realização de carreata. A concentração para a atividade será às 8h, na Praça da prefeitura.
“A CUT e os sindicatos filiados estão acompanhando de perto todo o movimento dos servidores de Formosa, dando um exemplo de solidariedade de classe, um dos princípios que norteiam nossa atuação. Esse apoio continuará e, assim como o movimento da categoria, se fortalecerá. Não vamos deixar que tratem os servidores e o serviço público com tamanho desrespeito”, declara a dirigente da CUT Brasília, Nilza Cristina.