Se mandar calar, mais nós falamos

A decisão dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais pela greve, após inúmeras tentativas de negociação, revelou a verdadeira face do governador do Distrito Federal. Ibaneis Rocha em vez de dialogar, judicializa. Em vez de escutar, ameaça. Em vez de reparar, quer cortar ponto e aplicar desconto em salários. Transforma um direito constitucional em caso de tribunal. E o tribunal, que deveria ser um lugar de justiça, vira algoz.

Nesse sábado (31/5), a desembargadora do Tribunal de Justiça do DF e Territórios Lucimere Maria da Silva manteve a punição injusta e imoral contra a greve do magistério público. Ela não só negou recurso do Sinpro para garantir a legalidade da paralisação como utilizou do próprio cargo para obrigar o sindicato a publicar em seus meios de comunicação a decisão absurda que vai ao encontro dos propósitos e do caráter do governador Ibaneis Rocha.

Ao se debruçar em planos macabros que visam à desmoralização do Sinpro, o governador Ibaneis Rocha e a desembargadora Lucimere Maria da Silva tentam tirar de professores(as) e orientadores(as) educacionais o direito de resistir. Querem destruir a representação política da categoria, sustentada com o dinheiro dos(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais.

Na decisão publicada às pressas pela desembargadora – que deve também a professores(as) a profissão que hoje exerce –, fica ainda evidente que, entre os objetivos que antecedem a publicação da peça, está a investida na apropriação do dinheiro da categoria do magistério público. A sentença diz que, caso haja descumprimento da ordem judicial, a mensalidade sindical dos(as) filiados(as) ao Sinpro deverá ser retida e depositada em conta judicial vinculada ao processo. Para onde irá esse dinheiro após o fim dessa história de terror, é uma incógnita.

Ibaneis quer silenciar o magistério público e impedi-lo de exercer o direito de greve. Mas ele é pequeno diante da nossa força e da nossa história. Parafraseando a canção “Recado”, de Gonzaguinha, que fala da resistência e do desafio à censura e à opressão da época da ditadura militar no Brasil, se mandar calar, mais nós falamos. Porque o Sinpro é a ideia de um DF onde todos possam, de fato, exercer o direito humano à educação pública de qualidade; e ideias são indomáveis.

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