Projeto busca enriquecer aprendizado de estudantes por meio de feiras interculturais

 

O projeto ‘Entre Diversidades e Diferenças: Da 3 da Norte para o Mundo’ foi destaque entre as iniciativas da região Centro-Oeste no concurso “Juventude que Muda a Educação Pública”, da CNTE. Trabalhando as culturas indígenas e da comunidade local, além de estimular a literatura, o projeto aposta em uma educação enriquecedora aos estudantes da escola pública da região de Ceilândia, no Distrito Federal.

Junto aos outros quatro vencedores de todas as regiões do país, o educador Jadson Reis de Sousa, 31, terá a oportunidade de apresentar os resultados do seu projeto em um cenário nacional na Conae 2024, em Brasília.

Graduado em letras pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista em Ensino de Línguas e Literaturas pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Jadson é educador há dois anos no Centro de Ensino Fundamental 35 de Ceilândia, região administrativa do DF.

E foi em resposta aos desafios econômicos e sociais enfrentados pela comunidade escolar (Quadra 3 da Norte) que o projeto surgiu. Segundo o educador, diante dessas adversidades, foram desenvolvidas iniciativas que não apenas abordassem as questões econômicas, mas também promovessem a inclusão e o respeito à diversidade. Entre os subprojetos que culminaram na ideia, ele destaca a ‘Feira Intercultural de Povos e Línguas Indígenas’ e a implementação de ‘Círculos de Leitura’ na escola.

“Os desafios econômicos da comunidade foram abordados por meio dessas iniciativas, que visam não apenas mitigar as dificuldades, mas também empoderar os estudantes e promover uma educação mais inclusiva (…)  O projeto também é uma manifestação tangível do compromisso do PIBID em transformar a prática docente e impactar positivamente a vida dos estudantes, promovendo uma educação inclusiva e culturalmente rica.”

Durante as Feiras Interculturais promovidas na escola, Jadson conta que é trazida uma visibilidade à riqueza cultural da comunidade, estimulando os alunos a estarem em um ambiente de aprendizagem enriquecedor e aberto à diversidade.

 

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Feira Intercultural de Povos e Línguas Indígenas

 

Já os Círculos de Leitura, propõem uma abordagem inovadora para o desenvolvimento da educação literária dos estudantes. Dedicados para discussões e reflexões, os círculos buscam fortalecer as habilidades de leitura e criar um ambiente propício para a expressão de diferentes perspectivas.

“Este projeto é, em grande parte, fruto das ações inspiradoras do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) desenvolvidas em nossa escola. O programa proporcionou uma valiosa oportunidade de colaboração entre a escola e os docentes em formação inicial da UnB. Minha motivação em participar do concurso está intrinsecamente ligada ao desejo de divulgar os resultados significativos que alcançamos na parceria da UnB, no âmbito do PIBID do subprograma Letras Português desenvolvido na escola”, conta.

Ao receber a notícia que seu projeto foi um dos vencedores do concurso da CNTE, ele relata sobre a emoção de poder amplificar os esforços coletivos da equipe, dos alunos e dos colaboradores envolvidos na iniciativa. “Uma experiência verdadeiramente emocionante e gratificante”, diz.

“Foi uma confirmação de que nossos esforços para promover a diversidade, a inclusão e a inovação na educação foram notados e apreciados. Este reconhecimento não apenas encheu a equipe de orgulho, como reforçou o impacto positivo que estamos tendo em nossa comunidade”, conta.

 

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Oficina de Grafismos Indígenas
 

O Concurso

Idealizado pelo Coletivo de Juventude da CNTE e suas entidades sindicais filiadas, o coordenador do Coletivo, Luiz Felipe Krehan, conta que a proposta visa fortalecer e aproximar os trabalhadores da educação jovens com a luta sindical.

“Acreditamos que muitos jovens trabalhadores na educação sabem que os projetos educacionais/sociais que estão envolvidos são formas de fortalecer a educação pública de qualidade. O concurso é a nossa forma de dizer que a CNTE e seus sindicatos filiados estão na luta com esses educadores”, enfatizou Luiz.

Bruno Vital, que também coordena o Coletivo com Luiz, reforçou que o concurso joga luz sobre como a juventude está mudando suas realidades por meio da educação.

Com a sua participação, Jadson conta que busca não apenas evidenciar o impacto positivo de colaborações nas práticas docentes, mas também inspirar outros educadores jovens em formação inicial a dedicarem-se ativamente na busca por práticas de ensino inovadoras.

“A carreira de professor, no atual contexto, tem se mostrado desafiadora para jovens. Acredito que ao compartilhar experiências bem-sucedidas, podemos contribuir para a construção de uma comunidade educacional mais colaborativa e dinâmica”, aponta.

“Este concurso representa uma plataforma valiosa para disseminar essas experiências e incentivar um ambiente educacional mais dinâmico e inspirador.”

 

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Jadson Reis de Sousa

 

Conae 2024

Entre os dias 28 e 30 de janeiro, quando ocorrerá a Conferência Nacional de Educação (Conae 2024), os vencedores do concurso de cada região do país terão a oportunidade de apresentar seus projetos. Sobre suas expectativas para o momento, Jadson afirma estar positivo e cheio de entusiasmo para compartilhar as práticas bem sucedidas do seu projeto em um cenário nacional.

“Estou ansioso para trocar experiências com outros educadores, aprendendo com suas abordagens e contribuindo com nossa perspectiva única. Acredito que este é um espaço propício para disseminar ideias inovadoras, fortalecer redes de colaboração e inspirar mudanças positivas na educação. Espero que nossa experiência possa inspirar outros participantes e influenciar as discussões sobre políticas educacionais”, finalizou.