População cobra de Ibaneis reconhecimento ao trabalho do magistério
Nesta quarta-feira (18/6), na Praça do Relógio, em Taguatinga, onde dias atrás o governador Ibaneis Rocha mandou populares calarem a boca, o povo foi convidado a falar o que pensa sobre a gestão Ibaneis-Celina quando o tema é educação pública.
Nos relatos de profissionais da educação, trabalhadores de outras categorias, pais, mães e estudantes, a denúncia é de que a educação pública está abandonada. Consciente, a população afirmou que o cenário é gerado por uma decisão política do governador Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão.

Um trabalhador, que, pelo uniforme, parecia ser da construção civil, resolveu fazer uma pausa no trajeto e ir ao microfone. “Esse Ibaneis é um sa#@#o. Os professores merecem todo o nosso apoio”, declarou. A fala direta e engajada resume várias outras declarações de quem passava por ali e resolveu prestar solidariedade.
“Ibaneis não quer investir na educação porque não quer que a gente tenha conhecimento das coisas, que as crianças tenham mais conhecimento e perspectiva na vida. Ele quer isso pra gente continuar votando nele”, comentou outro trabalhador.
Em seguida, outra pessoa afirmou: “A educação começa pelos professores, e sem vocês nós não somos nada e não chegamos a lugar nenhum. Governador, onde você estiver, dê as caras”.
A diretora do Sinpro Márcia Gilda lembrou que “a greve da educação está nas ruas para discutir com toda a sociedade sobre a luta por uma educação pública de qualidade e sobre a valorização dos professores e orientadores educacionais que estão dentro das escolas atendendo os filhos e as filhas da classe trabalhadora”.
Durante a manifestação, ela afirmou que “não está tudo bem no Distrito Federal”. “A escola pública não está bem, os professores estão adoecidos, desvalorizados. Temos casos deprimentes de professores sendo agredidos dentro das escolas. E isso acontece, principalmente, por conta do tratamento daqueles que deveriam proteger e valorizar a nossa categoria.”
Um dos momentos marcantes do ato foi quando os(as) participantes soltaram centenas de balões brancos, que contrastaram com o azul do céu. A dinâmica mostrou que a greve é motivada, também, pelo amor de professores(as) e orientadores(as) educacionais à educação pública. “Nós, professores, queremos voltar para a sala de aula, mas voltar para uma escola que não esteja sendo sucateada. Ao invés do governo Ibaneis continuar cortando recursos, que invista na educação, que respeite a categoria magistério público”, disse um dos professores presentes no ato.
Assembleia geral
Professores(as) e orientadores(as) educacionais realizarão nova assembleia geral nesta terça-feira (24/6), às 9h, no estacionamento da Funarte. Mais uma vez, a categoria avaliará as ações da greve e definirá os rumos do movimento paredista. A data da assembleia pode sofrer alteração.
A mobilização e a unidade dos(as) educadores(as) abriu caminho para negociação. Nessa quarta-feira (17/6), o deputado distrital Chico Vigilante disse, no plenário da Câmara Legislativa, que será recebido por Ibaneis na próxima segunda (23/6), às 17h, para discutir os pontos da greve da educação. Segundo ele, na reunião, será definida uma data para o governador receber a Comissão de Negociação do Sinpro.
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Edição: Vanessa Galassi