Novo presidente do TRT-4 destaca defesa do trabalho decente e combate à precarização

O desembargador Alexandre Cruz assumiu a presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4ª), na última sexta-feira (5) reafirmando o papel da Justiça do Trabalho (JT) como espaço de proteção da classe trabalhadora. Em uma fala marcada por defesa de direitos e compromisso social, Cruz destacou que a Justiça do Trabalho completa 85 anos em 2026, carregando uma história de resiliência diante de ataques e tentativas de enfraquecimento, e reforçou que a instituição permanecerá firme na defesa da Constituição e da população mais vulnerável.
O novo presidente chamou atenção para o avanço da precarização nas relações de trabalho, denunciando fraudes como a pejotização e a exploração por plataformas digitais, e afirmou que cabe à Justiça do Trabalho garantir reconhecimento de vínculo e direitos básicos a quem vive do próprio trabalho. Para ele, proteger trabalhadores e trabalhadoras de aplicativos e combater o ataque de direitos é defender o trabalho decente.
Cruz assumiu também o compromisso de fortalecer políticas de combate ao trabalho análogo à escravidão, ao trabalho infantil e ao assédio, além de ampliar iniciativas de equidade de gênero, raça e diversidade. Ele destacou a criação da Assessoria de Promoção do Trabalho Decente e dos Direitos Humanos como instrumento para consolidar essas ações.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, que acompanhou a posse, ressaltou a importância do posicionamento firme de Alexandre Cruz e da continuidade do papel progressista do TRT-4. “A posse do presidente e a sua manifestação reforçam, valorizam e destacam a importância dessa Justiça especializada num país tão desigual e injusto. Ficamos muito contentes e esperançosos de que assim aconteça no Brasil, porque a presença do nosso Tribunal do Trabalho do RS é sempre muito destacada como um dos mais progressistas e mais defensores dos direitos dos trabalhadores”, afirmou.
O presidente Cruz defendeu o uso responsável da tecnologia e da inteligência artificial para agilizar a prestação jurídica, sem substituir o olhar humano ou transformar metas em mecanismos de desumanização. Reforçou ainda que o Tribunal deve estar a serviço da sociedade e da democracia, guiado por ética, transparência e respeito ao bem comum. Encerrando o discurso, citou Carolina Maria de Jesus, escritora negra, símbolo de resistência e crítica social, reafirmando que só com consciência transformada é possível mudar o rumo do país.
A CUT-RS saúda a nova gestão e destaca a importância de que o Tribunal siga comprometido com a defesa de direitos, com o combate à precarização e com a promoção de um trabalho decente, alinhado com as lutas da classe trabalhadora.
Fonte: CUT

