Nota Pública em apoio aos educadores equatorianos

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Não é de hoje que o presidente do Equador Daniel Noboa se insinua como o novo projeto de tirano e ditador da nossa América Latina. Sua reeleição no último mês de abril, envolto de acusações de fraude partidas da candidata derrotada da oposição, parece que aflorou toda a sua arrogância e fez sumir qualquer ato de humildade que todo bom líder político deve nutrir. A sua tentativa de criminalização contra as organizações e movimentos sociais de seu país, a exemplo do que faz com os educadores e sua entidade Unión Nacional de Educadores (UNE), além do enfrentamento com a Corte Constitucional, são expressões claras do deslumbramento com o poder e flerte com a tirania.

Os movimentos sociais, sindicais, estudantis e indígenas do povo equatoriano já se insurgem contra os desmandos que o milionário presidente equatoriano promove no país. Ao eliminar o subsídio ao diesel e desencadear, assim, um aumento vertiginoso do custo de vida do povo equatoriano, promoveu a indignação na sociedade. No último dia 22 de setembro, os movimentos indígenas decretaram greve nacional, por tempo indeterminado, até a revogação imediata dessa medida. O povo foi para as ruas e recebeu como resposta do seu presidente uma brutal repressão.

O direito legítimo do povo do Equador em se insurgir contra as medidas que afetam a sua vida em seus territórios não pode ser criminalizado. E tampouco o direito legítimo à manifestação pode ser confundido como atos terroristas, como o governo equatoriano e seu presidente milionário tentam imprimir à luta de seu povo. O ímpeto ditatorial de Noboa deve ser rechaçado nas ruas, no Parlamento e na Corte Constitucional do país!

Que o povo e a sociedade equatoriana, e todos os seus poderes legalmente constituídos, sejam o contrapeso ao esforço da tirania que Noboa tenta imprimir em seu país, comprometendo o próprio regime democrático do país. Os educadores brasileiros, em solidariedade internacionalista aos seus homólogos companheiros da Unión Nacional de Educadores (UNE), se unem nessa luta e rechaçam mais um projeto de tirania em nosso continente! Toda nossa mais irrestrita solidariedade à luta do povo equatoriano e seus educadores em luta!

Fonte: CNTE