No Festival de Curtas do Sinpro, estudantes mostram que cuidar da educação é construir o futuro

A educação é o alicerce sobre o qual se forma uma sociedade mais justa, desenvolvida e humana. Por meio dela, é possível construir futuros mais solidários e alcançar transformações sociais duradouras.

Essa concepção inspirou estudantes da rede pública do DF a produzirem curtas-metragens para o 3º Festival de Curtas do Sinpro – Adélia Sampaio.  Entre ficção e documentário, cada obra revelou, sob um olhar sensível e crítico, a escola como espaço de cuidado, acolhimento e de infinitas possibilidades.

Os 18 filmes selecionados pela Comissão Julgadora do festival foram apresentados nesta quinta-feira (13/11), durante evento que premiou os melhores curtas em cada categoria. A atividade foi realizada no Cine Brasília, com a participação de estudantes, professores(as), orientadores(as) educacionais e convidados(as), em uma noite de celebração da educação pública.

 

Festival de Curtas do Sinpro deste ano trouxe como tema “Cuidar da educação é construir o futuro”

 

“É muito emocionante e gratificante ver o que a educação pública reúne nesses projetos, que vai muito além das disciplinas escolares. Então, nosso desejo é continuar fazendo ações tão belas quanto essa, além de reforçar às escolas e aos alunos a certeza de que somos companheiros na luta pela construção de uma educação e uma cultura melhores para o DF e para o mundo”, disse o diretor do Sinpro Fernando Augusto.

A diretora do Sinpro Letícia Montandon descreveu o evento como um momento emocionante, que refletiu a força e a criatividade das escolas públicas. “Foi muito bonito ver o empenho de todos os envolvidos. A gente parabeniza tanto os estudantes quanto os professores que fizeram desse festival um sucesso. A gente espera que, no próximo ano, o Festival de Curtas venha ainda mais forte. Que todos participem, inscrevam seus filmes e façam dessa experiência uma linda festa coletiva”, disse.

Empolgação

Por volta das 13h, ônibus começaram a chegar ao estacionamento do Cine Brasília. Deles, desciam estudantes de várias regiões do DF. Além do entusiasmo de aprender fora dos muros das escolas, os(as) jovens carregavam a expectativa de se verem nas telas do cinema.

A professora Maria Leny Costa, do CEM 104 do Recanto das Emas/UNIRE, participou com seus alunos do festival de curtas pela primeira vez. Para ela, foi uma experiência que ampliou horizontes e mostrou aos estudantes que é possível sonhar.

“Estou há 18 anos trabalhando nas medidas socioeducativas e fico muito feliz, porque a gente vê a diferença que fazemos na educação ao mostrar outras possibilidades de crescimento e de vida. Isso aqui tudo é novo para eles. Muitos sequer foram ao cinema, não sabem o que é isso, o que é um curta. Tenho certeza de que essa participação no festival vai contribuir, de alguma forma, para a melhoria de vida dos alunos. Toda forma de integração mostra outras possibilidades de mundo. Por meio da educação, é possível revelar outro mundo, outras possibilidades de crescer de outra forma”, disse.

 

Estudantes celebram durante 3º Festival de Curtas do Sinpro – Adélia Sampaio

 

Um dos alunos da professora Leny, S. C., mostrava-se ansioso pela apresentação do curta que participou. Com um pacote de pipoca na mão e rodeado dos colegas, a ansiedade se misturava com orgulho e sensação de missão cumprida.  “Eu achei muito interessante participar de um projeto assim, que vai passar aqui no cinema para muita gente.  A educação é primordial para tudo. Sem ela, não há tantas possibilidades. O único meio para onde as pessoas podem recorrer é para a educação. Por meio dela, podemos ser pessoas melhores”, afirma.

Inclusão e participação

A 3ª edição do Festival de Curtas trouxe uma nova categoria — Ensino Especial — e possibilitou a ampliação da participação estudantil. O professor do Centro de Ensino Fundamental 08 do Gama Daniel Felipe parabenizou a iniciativa do Sinpro.

“Foi um avanço importante tanto do ponto de vista da escola quanto do aluno, que teve oportunidade de se apresentar, mostrar seu talento, de mostrar aquilo que é importante para ele.  Parabéns ao Sinpro, e hoje é um dia de alegria e de festejar. Espero que todos saiam daqui muito felizes, assim como nós estamos.”

O festival também contou com a participação de pais e responsáveis de alunos, que, orgulhosos, assistiram a seus filhos brilharem. Muitos deles até contribuíram na produção das obras, como foi o caso de Stevens Antunes.

Sentado em um dos mais de 600 assentos do cinema, ele veio do P Norte para assistir sua filha Sofia na tela do Cine Brasília. “A gente fica muito feliz, a gente torce para que dê tudo certo. É uma satisfação muito grande poder ver a Sofia no cinema. Estou aqui para dar apoio, mas também na torcida total por ela”, disse.

Ao lado do pai, Sofia se mostrava empolgada por toda a experiência proporcionada pelo festival.  “Tem sido algo incrível, gostei bastante do festival e eu quero participar mais vezes. Espero ganhar, mas se não ganhar, vamos celebrar a vitória do vencedor”, disse humildemente. Minutos depois, Sofia e seus colegas subiram ao palco para receber o prêmio de melhor curta na categoria Ensino Fundamental, com o filme “A escola que habita em mim: onde cada passo vira futuro”.

Premiação

Antes da premiação, os 18 curtas finalistas foram exibidos na tela do Cine Brasília. A cada apresentação, a sala Vladimir Carvalho era tomada por gritos e aplausos — escutados do lado de fora.

Ao se aproximar do momento mais aguardado da tarde, o entusiasmo dos(as) estudantes permaneceu, agora acompanhado por uma crescente expectativa. Os rostos, com olhos vibrantes, revelavam a mistura de nervosismo e esperança. Ao final da última projeção, muitos já se abraçavam, outros sorriam, mas sem disfarçar a ansiedade.

Logo que foi anunciado o primeiro vencedor, o Cine Brasília explodiu em comemoração. Os aplausos e gritos que ecoaram no início das exibições em nada se comparavam a este momento. Celebrações e mais celebrações — uma energia contagiante, que tomou cada canto da sala.

 

As obras revelaram a escola como um espaço novas possibilidades

 

Ainda ofegante da comemoração, Sofia Gabrielle, protagonista do curta Ciclos — melhor filme do Festival — realizou o sonho de atuar. “Foi incrível! Estou muito feliz! Nunca tinha ganhado algo dessa grandeza. Desse festival, levo o trabalho em equipe e o olhar ao próximo”, disse entusiasmada.

Ao lado de Sofia, a estudante Camila Ribas, que dirigiu a obra, também celebrou. “Foi um processo muito legal, um trabalho coletivo. A gente já tinha feito outros curtas na escola e chegar aqui e vencer foi incrível”, afirmou.

Educação é cultura

Mais do que premiar trabalhos, o 3º Festival de Curtas do Sinpro – Adélia Sampaio mostrou que educação e cultura podem caminhar juntas, valorizando a criatividade estudantil e fortalecendo o protagonismo das escolas públicas.

A ex-diretora do Sinpro e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) Rosilene Corrêa reforçou a importância da inserção da cultura nas escolas. Para ela, a combinação da educação e cultura tem como resultado, entre outros pontos, a redução da violência no ambiente escolar.  

“A primeira edição fizemos numa sala menor. Estar aqui é a prova de que nossas escolas estão participando e valorizando a cultura. É o reconhecimento de que esse caminho fortalece vínculos, amplia repertórios e transforma a vida dos nossos estudantes”, disse Rosilene.

 

O festival reforçou que educação e cultura caminham juntas e têm o poder de transformar trajetória

 

O diretor do Sinpro Alberto Ribeiro lembrou que o Sinpro realiza diversas iniciativas de valorização da cultura no ambiente escolar. “A gente tem um grande prazer em apoiar a cultura dentro da escola, não só entre nossa categoria, mas também com toda a comunidade escolar. Os estudantes são fundamentais nesse processo cultural. Parabéns a todos os envolvidos”, disse.

Para o deputado distrital Gabriel Magno, o cinema tem papel fundamental para a construção de identidade de territórios e discussão da diversidade. Ele lembrou ainda que as regiões administrativas — em sua maioria — não possuem salas de cinema, que estão concentradas no Plano Piloto. “Mas nós podemos ter, porque já tivemos. E é fundamental ter não só sala de cinema, mas equipamentos culturais e escolas, auditórios, quadras cobertas e laboratórios”, afirmou.

O deputado federal Reginaldo Veras também participou da atividade e o Sinpro é um sindicato que luta também em defesa das escolas públicas e por uma educação de qualidade. “Esse festival é uma forma de desenvolver ainda mais a atividade pedagógica e contribuir para uma educação de qualidade. Parabéns ao Sinpro por essa atividade maravilhosa”, disse. 

 

Veja os curtas vencedores

EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

A VISÃO DO SILÊNCIO
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ENSINO FUNDAMENTAL

A ESCOLA QUE HABITA EM MIM
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ENSINO MÉDIO 

CICLOS
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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

A LIÇÃO QUE A VIDA ENSINOU
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EDUCAÇÃO DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO OU DO SISTEMA PRISIONAL 

PROJETO RAP: 10 ANOS
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ENSINO ESPECIAL

EU SOU VITORIA
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MELHOR CURTA DO FESTIVAL

CICLOS
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