Negritude é enaltecida em exposição fotográfica de estudantes do CED 08 do Gama

Valorizar a estética afro-brasileira e fortalecer a autoestima dos(as) estudantes negros(as) foram dois dos propósitos da exposição fotográfica que ocorreu entre os dias 13 a 24 de novembro com a participação de 44 alunos(as) do ensino médio do CED 08 do Gama, na própria escola.

A mostra foi apenas o final de um trabalho desenvolvido por todo o ano, como conta o professor de arte e coordenador do projeto, Valdeci Moreira de Souza. “Neste ano o projeto durou o ano todo, pois não se trata apenas da exposição fotográfica, há um trabalho durante todo o ano letivo objetivando identificar práticas racistas e suas consequências em nossos estudantes. Identificar, alertar e principalmente combater práticas racistas não é um trabalho temporal de um mês motivado pelo mês da consciência negra. Práticas racistas ocorrem todo o ano e em diversos lugares e temos que fazer com que os estudantes entendam e percebam”.

O projeto ocorre pela segunda vez na escola e é fruto “de trabalho voluntário de profissionais de cada área, que doaram não só seus serviços (como no caso do produtor de moda que cedeu os panos africanos e os adereços), mas algumas coisas foram também emprestadas por amigos do Movimento Negro e Afro Religioso. A realização da exposição foi um resultado de um trabalho coletivo com gestão escolar e funcionários da escola, bem como amigos e amigas de fora que voluntariamente se propuseram a ajudar na realização. A maquiadora (Luana Letícia), um figurinista e produtor de moda (Luazi Luango) com suas roupas e adereços, a participação de uma professora de outra escola e RA (Vanessa Di Farias, de Sobradinho), bem como os dois fotógrafos (Wagner Di Farias e Ógan Luiz Alves)”, diz o professor.

A ideia da mostra surgiu para combater o racismo que pré-estabelece conceitos. ”A beleza brasileira está centrada no eurocentrismo e é preciso que nossos jovens negros e negras percebam o quanto são belos, que seu cabelo é lindo e não ruim por não ser liso, de acordo com a ditadura da beleza e a autoestima que o racismo tirou de nosso povo durante séculos, fazendo com que não poucas vezes o(a) negro(a) se sentisse culpado por ser negro(a)”, relata Valdeci.

Para o coordenador do projeto, o objetivo foi alcançado, pois “muitos estudantes se viram belos, entenderam que não precisam baixar a cabeça pra ninguém e que o fato de serem negros não os diminuem perante ninguém”.

Após de serem expostas, as fotos foram doadas para os(as) alunos(as) participantes do projeto.

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