NA EC SMU, A INCLUSÃO ENVOLVE AS FAMÍLIAS

Escola e família são instituições complementares na vida de uma criança. Uma criança que é Estudante com Necessidades Educacionais Especiais (ENEE) vive ainda mais intensamente esse processo de complementação entre casa e escola. Na Escola Classe do Setor Militar Urbano, a união e a participação das famílias, inclusive as famílias das crianças ENEEs, surpreendeu a todas as professoras.

No dia 27 de abril, a EC SMU realizou sua feira de ciências. O evento foi definido durante a Semana Pedagógica da escola, e planejado como atividade para o primeiro bimestre. As crianças elaboraram projetos sobre o tema água desde o início do ano letivo.

“O conteúdo foi desenvolvido em todas as turmas do 1º ao 5º ano. Todos os alunos, inclusive os Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais, participaram de atividades e aulas de campo”, conta a diretora da escola, Heloísa Helena Ferreira de Almeida.

As crianças trabalharam o tema da água por conta da epidemia de dengue vivida pela cidade no início do ano. O primeiro ano pesquisou água e a alimentação; o segundo ano estudou a água e as plantas; no terceiro ano, as crianças trabalharam a relação entre a água e os animais; no quarto ano, a pesquisa foi sobre o ciclo da água e processo de decantação; finalmente, o quinto ano estudou o processo de captação de água. As turmas, então, elaboraram apresentações para a Feira de Ciências.

“Os trabalhos ficaram lindos, muito também por conta da ajuda dos pais, que se envolveram na produção das maquetes dos filhos. Tinha maquete movida a energia solar, com bomba d’água e tudo! Os alunos se envolveram bastante no processo de pesquisa e confecção do material de apresentação. As professoras orientaram todo o trabalho e os pais ajudaram”, conta a diretora Heloísa.

 

Inclusão, empolgação e ansiedade

A professora Olivia de Paula Bento, do 5º ano, tinha entre seus alunos estudantes com necessidades educacionais especiais (ENEE), que participaram de todo o processo que culminou com a feira de ciências, da pesquisa sobre o tema até a apresentação.

“Havia momentos em que as atividades eram mais difíceis, mas elas foram adaptadas. A maioria dos trabalhos foi desenvolvida em grupos, todos os grupos trabalharam incluindo todos os colegas”, conta a professora Olívia, e completa: “Esses estudantes estavam bem ansiosos para o dia da apresentação. Soubemos, pela família, que eles não falavam de outro assunto em casa que não da Feira de Ciências da escola”.

A diretora da escola conta que a participação e a integração da família no processo de inclusão dos estudantes com necessidades especiais foi tão importante que surpreendeu a todas as professoras: “No dia da Feira de Ciências, quando abrimos a escola, ficamos espantadas com a quantidade de pais e mães que entraram ao mesmo tempo no prédio. Isso nunca aconteceu antes! Já tínhamos recebido muitos pais, mas ao mesmo tempo e no mesmo horário nunca tinha acontecido antes. Havia uma verdadeira multidão na escola. Tinha até vizinho participando!”

A professora Vanessa Xavier conta que as dificuldades são muitas, mas são superadas na medida do possível: “Aplicamos nas aulas muitas atividades que possibilitam a inclusão. Adaptamos atividades, usamos recursos visuais para que esses alunos ENEEs entendam melhor os conceitos apresentados nas aulas, trabalhamos com muitas pesquisas, e a partir delas incluímos a comunidade escolar. Então todas as crianças acabam se sentindo pertencentes ao espaço da escola, e a aprendizagem se torna muito mais significativa. Faltam Educadores Sociais Voluntários e monitores, e muitos ENEEs precisam desse apoio. Mas mesmo com essas dificuldades, temos excelentes resultados, e as crianças se sentem motivadas a estudar, aprender e participar”.

“O sucesso da Feira de Ciências da EC SMU é o resultado e a consequência concreta de um trabalho contínuo de anos desenvolvido pela escola. É resultado e consequência da paciência, perseverança, atenção, cuidado e, sobretudo, de muita compreensão da importância da lei de inclusão para a rede pública de educação e para a sociedade, mesmo enfrentando diariamente grandes dificuldades, superando desafios e por vezes angústias coletivas. Entendemos que é necessária a maior atenção a esse tema enquanto Rede Inclusiva. Foi o profissionalismo, que merece valorização, que fez com que a escola se enchesse de membros da Comunidade e alegria naquele sábado, afinal “Escola é Lugar de Ser Feliz”, declarou a diretora do Sinpro, Regina Célia.

 

Veja as fotos