Movimentos sociais descomemoram 50 anos da Rede Globo

Diversas centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sinpro-DF, o Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC), e organizações sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) promoveram, neste domingo (26), atos para “descomemorar” os 50 anos da Rede Globo. Em Brasília diversos atos ocorreram em frente à sede da emissora, na W3 Norte. O diretor do Sinpro, Júlio Barros, representou o Sindicato no ato que descomemorou este meio século de atuação de um dos maiores monopólios midiáticos do mundo. Além da capital federal os atos foram realizados em Belo Horizonte, Recife, São Paulo-SP, Rio Grande do Sul, Viçosa-MG e Curitiba-PR.
As entidades divulgaram o manifesto “50 Anos da TV Globo: Vamos descomemorar”, que diz, entre outras coisas, que a “revolta contra a Globo que ganha corpo está ligada também à postura sempre autoritária diante dos movimentos sociais brasileiros. As lutas dos trabalhadores ou não são notícia na telinha ou são duramente criminalizadas. A emissora nunca escondeu o seu ódio ao sindicalismo, às lutas da juventude, aos movimentos dos sem-terra e dos sem-teto”. Segundo Adriana Oliveira Magalhães, dirigente da CUT de São Paulo, existe uma luta de pelo menos 20 anos para que no Brasil tenhamos uma nova lei para a concessão pública de rádio e TV, como se tem nos EUA, Argentina, Reino Unido. “Existe um monopólio nos meios de comunicação do Brasil que não dá voz para todos os setores organizados da sociedade. A Globo é um império constituído a partir da relação com a ditadura”.
“A Rede Globo está agindo como um partido político, manipulando manifestações de caráter golpistas e projetos de lei que atacam os direitos dos trabalhadores, como o Projeto de Lei 4330, que trata da terceirização. Atos como este tem um caráter de conscientizar e politizar a sociedade contra o monopólio midiático, pela luta da democratização da mídia, além de destacar a relação íntima da emissora com o Golpe Militar de 64 e seu ataque sistemático contra os movimentos sociais”, explicou Júlio Barros, comentando que em várias falas foi pedido mais investimento em mídias alternativas e no fim de propagandas do Governo Federal em mídia golpista. Ao final do ato, manifestantes jogarem tinta vermelha na fachada da Globo, simbolizando sangue derramado pela ditadura.
Globo interna
 Protesto em São Paulo
O MTST levou ao protesto todos os que estão na Ocupação Vila Nova Palestina – cerca de 5 mil famílias, segundo Ana Paula Ribeiro, coordenadora nacional do movimento. “A Globo é o filtro de boa parte dos brasileiros, e não retrata de fato a realidade. O MTST fez parte de notícias da Globo, mas em apenas poucos segundos, enquanto o parto da Xuxa ganha o jornal inteiro. É desigual”.