GDF ameaça jornada ampliada

Esta semana, a Secretaria de Educação realizou reuniões para dizer que estuda a possibilidade de, em 2017, retirar das escolas de natureza especial – Centros Interescolares de Línguas (CILs), Escolas Parques, Centro Interescolar de Educação Física (Cief), Escola do Parque da Cidade (Proem) e Escola da Natureza – o direito de organizar a sua grade no formato da jornada ampliada.
“Isto é um prejuízo do ponto de vista do trabalhador, mas sobretudo da comunidade escolar – que terá o atendimento comprometido”, explica o coordenador de Imprensa do Sinpro-DF, Cláudio Antunes.
Segundo o dirigente, ao retirar a jornada ampliada a escola deixará de atender a comunidade escolar por duas horas diárias. “Na jornada ampliada, a escola funciona cinco horas no turno matutino e mais cinco no turno vespertino”, diz. Em outras palavras, retirar a jornada ampliada significa que “nós teremos a escola trabalhando apenas quatro horas no matutino e outras quatro no vespertino. São duas horas a menos de atendimento. No período de uma semana serão 10 horas a menos”.
Vale lembrar que, em 2008, o então governador Arruda tentou fazer a mesma coisa com as Escolas Parques. Mas o Sinpro-DF, como agora, está se posicionando absolutamente contra um prejuízo que é levado à categoria, na sua forma de organização do trabalho, e à comunidade escolar, com a retirada de 10 horas semanais ou 40 horas mensais
de atendimento. À época, o Sindicato denunciou a manobra e impediu que essa mazela se concretizasse nas escolas.
A atual atitude do GDF guarda sintonia com a PEC 241 – que congela recursos – pois vai impactar a organização escolar. “Se não há mais investimentos, a tendência natural é que governos neoliberais, a exemplo do de Rollemberg (PSB), busquem diminuir esses atendimentos à comunidade, economizando no funcionamento das escolas – reduzindo, portanto, o número de professores também nas unidades escolares”, conclui Cláudio.
A jornada ampliada para toda a rede é uma conquista da qual não podemos abrir mão. Se hoje discutem o fim da jornada nas escolas de natureza especial, amanhã vão discutir esse tema para todas as escolas. No caso dos estudantes das escolas regulares isso significará a redução de 200 horas de aula.
Justamente por isso, professores e estudantes têm criticado duramente a reforma do ensino médio, assim como as alterações propostas ao ensino fundamental, que não passem por uma discussão ampla com a comunidade escolar. Ou seja, querem enxugar os investimentos na área de educação reduzindo a carga horária.
Assembleia e paralisação – O Sinpro-DF, para tomar as devidas providências, convoca os professores das escolas de natureza especial para uma reunião na próxima sexta-feira (14/10), às 14h30, na sede do Sindicato.
Inclusive, a assembleia geral da categoria, em 10 de novembro, já terá como ponto de pauta a questão da defesa da jornada ampliada.
No dia 11, a mobilização continua. A CUT definiu esta data como dia nacional de paralisação em defesa da classe trabalhadora e dos direitos sociais – o que passa por uma escola pública de qualidade, com a jornada ampliada que nós conhecemos.