Goiás: Governo tenta impedir, mas servidores lavam calçada em protesto contra a corrupção

Trabalhadores da Educação, da saúde, segurança e da administração direta do funcionalismo, em um ato simbólico, lavaram, na manhã desta sexta-feira (26/8), a calçada em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em protesto contra a corrupção no Governo do Estado e pelo pagamento do Piso dos professores e da data-base dos administrativos da Educação e das demais categorias de servidores. O protesto foi promovido por entidades que compõem o Fórum em Defesa dos Servidores e dos Serviços Públicos de Goiás.
Na tentativa de impedir o ato, o governo mandou fechar com grades o acesso à entrada principal do Palácio, dificultando a passagem dos pedestres, e aumentou o número de policiais que fazem a segurança do local.
Sem sucesso, o protesto foi realizado no espaço ao lado e os trabalhadores cobraram do governo o cumprimento da legislação, que obriga o reajuste anual do Piso em janeiro e o da data-base em maio, mas que não está sendo cumprida.
De acordo com a Lei 11.738/08, o Piso dos professores deve ser reajustado em janeiro, mas, somente agora, o Governo do Estado enviou Projeto de Lei para a Assembleia Legislativa concedendo o índice de 11,36% definido pelo MEC, e, além de parcelar em sete vezes o retroativo de sete meses, excluiu mais de 40 mil professores (PIII e PIV) do reajuste.
A data-base é garantida pela Lei Estadual 14.698/2004, com reajuste em maio, mas há dois anos não é cumprida. Em ação proposta pelo Sintego, a justiça mandou pagar a do ano passado, mas o governo recorreu.
Presidenta do Sintego, Bia de Lima, lembrou a operação Decantação, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal para investigar o desvio de dinheiro da Saneago para pagamento de campanha eleitoral, de OS da Saúde e até de coquetel no Palácio das Esmeraldas.
“Neste ato simbólico, os servidores estão lavando a corrupção pra ver se sobra dinheiro para pagar a data-base e o piso dos professores. Os servidores estão pagando o preço da corrupção neste Estado. Tirar o dinheiro da Saneago é o mesmo que tirar o dinheiro da nossa previdência, porque 39% da empresa é dos servidores e na medida em que o dinheiro é desviado, vai embora nossa possibilidade de ter reajuste, especialmente para os aposentados”, denunciou.