Funcionalismo se une em marcha na Esplanada dos Ministérios

A CUT se somou aos milhares de servidores públicos federais que marcharam na Esplanada dos Ministérios, nesta quinta-feira (6). Com faixas, bandeiras, carro de som e falas políticas, os trabalhadores exigiram que o governo atenda a pauta da Campanha Salarial 2015 e protestaram contra o corte orçamentário da Educação e o Plano Levy.
1A manifestação era pacífica, mas, próximo ao Ministério do Planejamento (bloco C), um grupo de policiais militares decidiu coibir o movimento com spray de pimenta, cassetadas e empurrões. Um trabalhador teve que ser atendido pelo serviço médico que acompanhava a manifestação.
Os servidores percorreram toda a Esplanada, passando pelo Congresso Nacional, Ministério da Fazenda – onde vaiaram o ministro da pasta, Joaquim Levy –, e finalizaram a ação no Ministério do Planejamento (bloco K).
2“As medidas adotadas por Levy mostram total desrespeito do governo aos trabalhadores. É um absurdo, em plena campanha salarial, o governo querer negociar nossas perdas inflacionárias em quatro anos. Já abrimos mão dos nossos 2% de ganho real, e não aceitaremos parcelamento de direitos”, avalia o dirigente da Condsef e da CUT, Pedro Armengol.
Na última semana, a Condsef – confederação que representa cerca de 80% do Executivo federal – formalizou junto ao governo nova proposta de reajuste salarial. Desta vez, os servidores pedem índice de 19,07%, mas para recompor o poder de compra perdido nos últimos seis anos.
A mobilização crescente dos servidores federais conseguiu alcançar alguns itens da pauta de reivindicação. O Ministério do Planejamento aceitou incorporar as gratificações de desempenho ao vencimento básico pela média dos últimos cinco anos e propôs reajustar os benefícios da seguinte forma: o auxílio-alimentação teria um aumento de R$ 85,00, passando dos atuais R$373 para R$458; a assistência pré-escolar passaria dos atuais R$ 95,00 para R$ 386,00 no DF.
O governo condicionou os avanços e a continuidade das negociações das demandas específicas dos setores, como a reestruturação de planos de carreira, à aceitação do reajuste salarial de 21,3% parcelados em quatro anos, para cobrir apenas a inflação futura.
Solidariedade de classe
DSC00225“É preciso solidariedade neste momento em que vários servidores já estão há mais de dois meses de greve e o governo permanece omisso à situação dos trabalhadores. Mas o desânimo não irá tomar conta do movimento. Podem ter certeza que onde tiver um trabalhador precisando de ajuda, apoio CUTista não vai faltar”, destaca o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Ao final da marcha desta quinta-feira (6), os representantes dos servidores públicos tentaram uma reunião com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, mas a informação foi de que ele não se encontrava na pasta.
Na segunda-feira, 10, o conjunto dos servidores públicos federais se reunirá, às 16h, para traçar as estratégias de atuação dos próximos dias.
Até o fechamento desta matéria, os participantes da marcha desta quinta-feira estavam em vigília em frente ao Palácio da Alvorada.
Servidores do INSS fazem ato 
Na manhã desta quinta-feira (6), antes de se somar à marcha dos servidores, os trabalhadores do Instituto Nacional da Seguridade Social – INSS, em greve desde o dia 13 de julho, realizaram ato público  para pressionar o governo a atender a pauta específica da categoria. Eles reivindicam, além dos 27,3% de reajuste salarial para 2016, redução de jornada para 30 horas semanais e a reestruturação do Plano de Carreira. De acordo com o Sindprev-DF, que representa a categoria, cerca de 80% dos servidores do INSS do DF estão parados sem previsão de retorno.
“Nós já estamos em greve há quase um mês e os trabalhadores da Previdência ainda não tiveram avanços em relação às nossas reivindicações. O governo tem que sair do discurso e partir para prática. Não estamos em greve por que queremos, e sim por que foi a nossa única opção”, afirma a dirigente do Sindprev-DF, Antônia Ferreira.
Ocupação do Planejamento
Às 4h30 desta quinta-feira (6), os servidores técnico-administrativos das universidades federais que protestam em Brasília deste o dia 5, ocuparam as entradas do ministério do Planejamento como forma de pressionar uma reunião com representantes da pasta.
Com a pressão, o secretário de Relações do Trabalho do Planejamento, Sérgio Mendonça, recebeu dirigentes da Fasubra, mas manteve a fala de que não há negociação sobre o índice de reajuste salarial. A ideia do governo continua sendo aplicar reajuste plurianual de 21,3%, fracionado em quatro anos.
Segundo Mendonça, o resultado das reuniões internas do governo sobre a pauta de reivindicação dos servidores será apresentada, provavelmente, no dia 17 de agosto. Ele ainda se comprometeu a participar das reuniões entre Ministério da Educação e Fasubra para trabalhar, inclusive, itens da pauta específica dos técnico-administrativos que geram impacto financeiro.