Essenciais à vida, educação e saúde denunciam política de desinvestimento do GDF
Desvalorização profissional, déficit de quadro efetivo, superlotação, local de trabalho sem a infraestrutura necessária e criminalização do direito de greve. Esses e outros problemas são vividos tanto por profissionais do magistério como da saúde pública. Em ato unificado nesta quarta-feira (11/6), em frente ao Palácio do Buriti, as categorias se reuniram para exigir do governador Ibaneis Rocha diálogo e investimento nas áreas essenciais do serviço público.

Assim como professores(as) e orientadores educacionais da rede pública de ensino, enfermeiros(as) da rede pública de saúde receberam multa por recorrerem ao direito de greve, após serem esgotadas as tentativas de diálogo com o governo.
No caso do magistério, a multa imposta a pedido do Governo do Distrito Federal, anunciada antes mesmo do início do movimento paredista, foi de R$ 1 milhão por dia de greve. A partir de ação do Sinpro, o ministro Flávio Dino do Supremo Tribunal Federal (STF) suspende a decisão dada pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios. O mérito da ação ainda será analisado.
Para os(as) enfermeiros da saúde pública, a multa pela paralisação de 12 horas realizada nesta quarta-feira (11/6) foi de R$ 100 mil, somados a mais R$ 800 mil referentes às ações realizadas no ano passado pelo mesmo motivo das manifestações atuais.
“A saúde pública tem passado por um processo constante de sucateamento. Da mesma forma é a educação. Esse caos que a gente está passando na saúde faz parte também do caos que a educação pública passa, gerada pelo desinvestimento”, afirma o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF (Sindenfermeiro), Jorge Henrique Sousa.
Segundo ele, mais que a luta pela reestruturação da carreira, a categoria da enfermagem está mobilizada há anos pela nomeação de novos servidores. Hoje, faltam quase 2 mil enfermeiros na rede pública.
Déficit de profissionais também é problema que assola a educação no Distrito Federal. Há pouco mais de 24 mil professores(as) ativos, dos quais 16 mil são profissionais do contrato temporário, com direitos precarizados. A maioria foi aprovada no último concurso para professor efetivo, mas segue aguardando nomeação.
Os(as) profissionais do contrato temporário ainda não podem acessar auxílio-doença, auxílio-maternidade, aposentadoria e qualquer direito concedido pelo INSS. Isso porque o governo Ibaneis-Celina segue sem regularizar o repasse das contribuições previdenciárias.
“Não é por acaso que o governo tenta atacar as duas principais categorias onde garantimos o direito à política pública aos filhos e filhas da classe trabalhadora do DF. A educação e a saúde são centrais no direito à dignidade humana. E o que estão tirando de nós e da população que a gente atende é justamente este direito”, afirma a diretora do Sinpro Luciana Custódio. Ela afirma que “precisamos unir a nossa força, pois somente assim venceremos”.
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Apoio
Presente no ato desta quarta-feira (11/6), o deputado Gabriel Magno (PT) afirmou que a oposição vem atuando para somar na luta do magistério público. “Estamos em obstrução desde o início da greve dos professores, não vamos votar nenhum projeto de interesse do Executivo até abrir a negociação com a categoria e apresentar uma proposta”, afirma.
Por iniciativa do parlamentar, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizará Comissão Geral para discutir os Planos Nacional e Distrital de Educação. A atividade será nesta quinta-feira (12), às 15h, no Plenário da Casa.
Assembleia
Professores(as) e orientadores(as) educacionais realizarão assembleia geral na próxima segunda-feira (16/6), às 9h, no estacionamento da Funarte. Na atividade, a categoria avaliará o movimento paredista e decidirá os rumos da greve.