Escola Parque da Ceilândia irá realizar manifestação pelo fim do tráfico de pessoas
“Gente não é mercadoria”. Esse é o lema do protesto cultural que professores (as) e estudantes da Escola Parque Anísio Teixeira, da Ceilândia, irão realizar neste sábado (8), a partir das 10h, para denunciar o tráfico de pessoas. Embora a manifestação esteja prevista para ocorrer na própria escola, situada à QNM 27, Área Especial, ela visa a atingir os(as) moradores(as) da Ceilândia, bem como os de todo o Distrito Federal. A atividade é aberta à população.
Por meio da dança, eles e elas irão articular um movimento coletivo de arte engajada para realizar um grande manifesto cultural de enfrentamento a esse tipo de crime. O tráfico de pessoas é um dos problemas que atingem diversas famílias brasileiras, porém, sobretudo as que vivem em vulnerabilidade socioeconômica, como é o caso de várias famílias da Ceilândia.
O manifesto social terá, portanto, o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de se combater o tráfico de pessoas. “Gente não é mercadoria” é uma campanha para promover a reflexão e estimular o debate sobre esse assunto no ambiente escolar e possibilitar aos (às) estudantes revelarem suas experiências e mobilizar a sociedade para discutir, conscientizar-se e combater esse tipo de crime que afeta toda a sociedade.
“Esta mobilização será a culminância do trabalho realizado com os (as) estudantes da Escola Classe Anísio Teixeira durante a semana intitulada ‘Tráfico de Pessoas: Diga não’, que propôs debater o tema em sala de aula”, informa Neide Sousa, diretoria da Escola Parque. Ela diz que o evento “é motivado pelos temas norteadores que temos trabalhado ao longo do semestre, em fortalecimento a uma corrente de enfrentamento, que iniciamos na escola, em 2014, quando reunimos mais de 900 pessoas num outro protesto de combate à violência contra a mulher”.
Neide afirma que a realização dessa atividade em Ceilândia tem forte significado e muita relevância porque leva em consideração uma das situações de violência vivida pela população local. “A violência é uma dura realidade com a qual nossos(as) estudantes convivem diariamente, e muito de perto. É um problema social sem tamanho que precisamos combater o quanto antes, usando a educação como nossa arma mais forte”, comenta.
Isa Sara e Inayá Imanancy, professoras de dança da escola, investem na arte engajada e acreditam na inserção da arte como fenômeno de protesto por excelência, uma vez que cumpre a missão de representar o corpo livre, liberto das amarras e coerções sociais. “Nessa mobilização, a dança é um ato político. Atuar performaticamente na dança é também atuar politicamente, tendo em vista o fato de a dança e a política coexistirem no corpo”, avalia Isa Sara.
Ao final das apresentações culturais, todos e todas serão convidados a participar de uma dança circular, símbolo de unidade de uma corrente do bem que a escola tem construído. “Acreditamos que a mudança pode acontecer se exigirmos responsabilidade para garantir a justiça; se aproveitarmos a nossa criatividade e energia; se agirmos agora e em conjunto”, finaliza a diretora Neide Sousa.
A escola abraçou essa mobilização contra o tráfico de pessoas a partir de um convite da Defensoria Pública da União do Distrito Federal (DPU-DF), que incentivou a participação da instituição no seu Concurso de Redação cujo tema é: “Tráfico de pessoas: Diga não”. Além dos(as) estudantes, a iniciativa visa a atingir toda a comunidade escolar e local, as quais também são convocadas a participarem da atividade, que contará com a presença de autoridades importantes, como representantes da DPU-DF.
A Escola Parque Anísio Teixeira, de Ceilândia, é um espaço de discussão, debate, fomento e conscientização. Uma proposta inovadora de conceito de educação, engajando estudantes e comunidade local com foco na reflexão da realidade mais próxima e comum a todos. “Ao propor a dança, estamos propondo, também, trabalhar um interesse coletivo. O pensar e o agir estão interligados; é preciso desenvolver mecanismos de informação e conscientização diante da problemática contra o corpo e suas formas abusivas, e a escola é o lugar mais apropriado para este despertar”, garante a professora Isa Sara.
SERVIÇO
Mobilização “A Escola Parque de Ceilândia diz NÃO ao tráfico de pessoas – Gente não é mercadoria”
Data: 8/10/2016 (sábado)
Horário: concentração às 9h30
Local: Escola Parque Anísio Teixeira – QNM 27, área especial, Ceilândia/DF
Aberto à comunidade