ENEM 2020: UM MASSACRE PARA OS CANDIDATOS

Diante do caos causado pela pandemia da covid-19, muitos candidatos que estavam na corrida se preparando para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM, viram que o zelo e o respeito pela vida, não estão nas prioridades do governo federal. Prova disso, foi o descaso com milhares de candidatos na primeira fase do exame realizada no último dia 17/01, que resultou numa onda de reclamações pelos estudantes e candidatos que sentiram na pele o descaso diante do caos. 

Na primeira etapa da aplicação, cerca de 5,8 milhões de candidatos foram inscritos para fazer as provas, porém, somente 2.680.697 candidatos fizeram o exame– 48,5% dos inscritos. Mesmo com os protocolos de segurança divulgado pelo Inep, muitos candidatos se sentiram inseguros com a logística adotada durante o exame. Na web, é possível encontrar candidatos insatisfeitos com a forma escolhida para a aplicação das provas. Segundo o INEP, o índice  de abstenção em todo o país  na primeira fase do exame, foi de 51,5%, o maior de  abstenção em toda a história do Enem. O maior índice havia sido registrado em 2009, com 37,7%. Em 2019, o índice do primeiro dia ficou próximo a 23%,  de acordo com o ministro da educação, Milton Ribeiro. 

Como se não bastasse o alto índice de reclamações e insatisfações na primeira etapa do exame, o MEC insistiu em dar continuidade à segunda fase da prova. No último domingo (24), o índice nacional de abstenção do Enem 2020, subiu no segundo dia de prova e atingiu 55,3% do total de candidatos confirmados. Este é o maior índice de toda a história do Enem. De acordo com o balanço do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 2.470.396 pessoas compareceram às provas (44,7%) deste domingo e 3.052.633 (55,3%) faltaram. Ao todo, eram esperados 5,5 milhões de candidatos.

Retrato de um governo egoísta, genocida e sem políticas públicas para gerir situações emergenciais. Enquanto líderes mundiais estão na corrida para evitar a propagação do vírus, no Brasil, o então presidente Jair Bolsonaro ( sem partido), luta contra a ciência e tenta a todo momento brincar com a vida de milhares de estudantes em todo o país. Além de negar estudos científicos que certificam as vacinas contra o coronavírus, o presidente em exercício, parece estar imerso ao mundo contrário com a atual realidade. 

Para o diretor do Sinpro-DF Hamilton da Silva Caiana,  o fato do Inep comemorar o número de candidatos que realizaram a prova, é comemorar o retrocesso, uma vez que a edição de 2020, foi histórica; o maior número de abstenção em toda a história do Enem, criado em 1998 e reformulado em 2009 durante a gestão do ministro da Educação Fernando Haddad no governo de Lula. “ Isso demonstra a fragilidade do governo e a falta de seriedade. Além do Enem, a pandemia mostrou como o governo lida com a minoria, tivemos um aumento de pobreza no país. O governo atual está sucateando diferentes áreas, a educação é uma delas, temos que cobrar políticas públicas e defender o básico”, afirma o diretor. 

Com a pandemia da Covid-19, em 2020, foi anunciado pelo Inep, a aplicação do ENEM DIGITAL, um projeto piloto que atenderá 95 mil candidatos, uma forma encontrada pelo órgão para tentar minimizar os estragos causados durante o exame.

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