Dia Internacional da Mulher Negra marcado pela luta por direitos

É em meio à precarização das relações de trabalho, deterioração dos serviços de saúde e educação, altos índices de violência e escassez de políticas públicas, que a mulher negra é homenageada pelo seu dia, neste 25 de julho. A data, instituída pela Lei nº 12.987/2014, é motivada pelo Dia da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha, criado em julho de 1992, e marca a luta e resistência da mulher negra no mundo.
Enquanto os negros representam 54% do povo brasileiro, as mulheres negras constituem 49,5% da população feminina. No entanto, apesar do número expressivo, as desigualdades de gênero e raça ainda se fazem presentes nas várias esferas sociais. No que diz respeito ao acesso à educação, o contraste é espantoso: a taxa de analfabetismo é de 11,2% entre os pretos, 11,1% entre os pardos, e 5% entre os brancos.
A impiedosa realidade é refletida no mercado de trabalho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 71% das mulheres negras encontram-se em situações precárias e informais. Em contrapartida, apenas 54% das mulheres brancas estão na mesma condição. Outro dado bastante assustador é em relação à remuneração. Ainda segundo o IBGE, o salário médio da trabalhadora negra representa apenas a metade do rendimento da trabalhadora branca e, mesmo quando as escolaridades são similares, a diferença salarial ainda gira em torno de 40%.
Todo esse cenário agrava-se com a tomada do poder público pelo golpe parlamentar e seus consequentes retrocessos, que atingem, em especial, a mulher. São elas as mais prejudicadas com as reformas trabalhista e previdenciária. No caso de ser mulher e negra, os prejuízos são ainda maiores. Para a secretária das Mulheres Trabalhadoras da CUT Brasília, Sônia Queiroz, a gestão golpista de Michel Temer ignorou as conquistas de 13 anos de um governo progressista, que se empenhou, constantemente, por avanços. Nesse sentido, Sônia destaca que a pasta tem realizado várias ações de formação e conscientização, para assim, fortalecer a unidade entre as mulheres e mobilizá-las para o combate.
“A situação da mulher negra no mercado de trabalho, reflete a realidade em todo o contexto social. O golpe foi contra a classe trabalhadora, mas as estáticas mostram que as mulheres são as que mais sofrem. Sendo negras, então, o cenário torna-se mais crítico. O que precisamos, como companheiras, é de empatia e unidade para combatermos os retrocessos impostos pelo governo ilegítimo. Só dessa forma teremos mais êxitos em nossas lutas”, disse.
Sônia destaca, ainda, que a Central Única dos Trabalhadores de Brasília continuará na incansável batalha por melhorias para as mulheres e contra qualquer retirada de direitos.
Fonte: CUT Brasília com informações do IBGE