Deputada Érika Kokay denuncia Sandra Faraj por quebra de decoro

A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) entrou nesta quinta-feira (07) com uma representação na Câmara Legislativa do Distrito Federal contra a deputada Distrital Sandra Faraj por quebra de decoro parlamentar. A representação está fundamentada na interpelação feita pela distrital com a aula ministrada pelo professor Deneir de Jesus Meireles. No dia 05 de julho o professor de Biologia do Centro Educacional 06 do P Sul ministrava uma aula com o tema transversal da diversidade e passou a ser fotografado durante aula sobre integração de gênero. A imagem foi veiculada no perfil de Facebook da parlamentar, que intimou a escola a prestar esclarecimentos sobre o conteúdo ministrado.
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Érika Kokay afirma que além de quebra de decoro, a atitude de Sandra Faraj é uma clara representação de abuso de poder, leviandade e desonestidade intelectual. “O que a deputada Sandra Faraj fez é uma expressão medieval e que não corresponde ao espaço da escola. Além da parlamentar mostrar uma postura autoritária, mostrou nítido abuso de poder parlamentar ao se apropriar de um instrumento que é da Mesa Diretora da CLDF”, analisa a deputada federal, complementando que temos de lutar por uma escola plural, por um espaço onde as pessoas tenham diálogo como seres humanos inteiros e, portanto, por projetos que rompam com a desumanização simbólica que toda discriminação tem. “Não temos dúvida que houve quebra de decoro, abuso, leviandade e desonestidade intelectual por parte da deputada Sandra Faraj”.
Na avaliação da diretoria do Sinpro, há um exagero na interpelação da deputada distrital. “Toda aula e toda ação de docentes não são elaboradas à revelia. Elas seguem a orientação curricular das escolas públicas brasileiras. Temos respaldo legal para trabalharmos temas transversais, como a diversidade, nas escolas”, afirma Wiviane Farkas, coordenadora da Secretaria de Raça e Sexualidade.
Ela esclarece que trabalhar a diversidade em sala de aula é semelhante a trabalhar temas como o racismo, a LGBTfobia, o bullying, as drogas: assuntos transversais que fazem parte do dia a dia da comunidade escolar e precisam ser ministrados. “Em primeiro lugar, o professor, e outros que também têm enfrentado esse tipo de perseguição fundamentalista nas escolas do DF, agiu com extremo profissionalismo, desenvolvendo um conteúdo que é colocado pelo Ministério da Educação (MEC) e pela SEEDF”.