Cuidar da saúde do professor e do orientador educacional é cuidar da educação de qualidade

No dia 5 de agosto é celebrado o Dia Nacional da Saúde. A data marca o aniversário do médico e sanitarista Oswaldo Cruz — que desenvolveu importantes campanhas sanitárias de combate e erradicação de epidemias no Brasil — e estimula a reflexão sobre a promoção, prevenção e proteção da saúde no país.

O dia também chama a atenção para a realidade enfrentada diariamente por profissionais do magistério no Brasil. Hoje, falar de saúde na educação é falar de problemas que perpetuam há décadas, gerando preocupação e adoecimento da categoria, além de prejuízos ao processo de ensino-aprendizagem.

Para se ter uma ideia da gravidade do cenário, o afastamento de professores(as) e orientadores(as) educacionais por absenteísmo-doença se tornou um grande desafio para políticas públicas. Entre as principais causas estão problemas de saúde mental, distúrbios osteomusculares, doenças da voz e problemas relacionados à sobrecarga de trabalho.

A desvalorização da carreira do magistério, as condições laborais precárias, a superlotação das salas de aula, a pressão social e as diversas violências que se manifestam no ambiente escolar também são fatores de adoecimento.

Para a diretora do Sinpro Élbia Pires, diante da realidade preocupante, são necessárias mudanças urgentes e estruturais nas políticas públicas para garantir que professores(as) e orientadores(as) educacionais tenham condições plenas de realizar seu trabalho.

“Mais que isso, é fundamental a construção de uma cultura de prevenção ao adoecimento no ambiente escolar. Nossa categoria está adoecida pelo excesso de trabalho, pela falta de condições adequadas e pelo descaso histórico com a saúde mental e física dos profissionais da educação. É urgente que políticas públicas e medidas concretas sejam implementadas para garantir ambientes mais saudáveis e respeitosos, que permitam ao(à) professor(a) e ao(à) orientador(a) educacional exercer sua função sem comprometer sua saúde e qualidade de vida.”

Impacto no ensino-aprendizagem

Para além de impactos prejudiciais na vida pessoal e social, o adoecimento de profissionais do magistério também compromete o processo de ensino-aprendizagem, como explica a psicóloga do Sinpro Luciane Kozicz.

“Professores(as) e orientadores(as) educacionais que estão em processo de adoecimento não chegam por inteiro à sua atividade. Irritação, falta de concentração, excesso de demandas e outras questões tornam a relação com o trabalho um fardo a ser carregado. O resultado disso é um trabalhador em pane, cansado e muitas vezes dopado para dar conta de tantas prescrições”, disse.

Para ela, a categoria é o fio condutor que revelará todas as relações com a organização do trabalho, colegas e comunidade. “Se houver sobrecarga, falta de condições de trabalho, inseguranças, variação constante de colegas e equipes, haverá um caos relacional e psíquico. Isso influenciará diretamente o ambiente escolar, dificultando vínculos e interditando a comunicação”, completa a psicóloga.

Sinpro na luta

Preocupado com a saúde e o bem-estar de professores(as) e orientadores(as) educacionais, o Sinpro, por meio da Secretaria para Assuntos de Saúde do Trabalhador, tem disponibilizado a Clínica do Trabalho nas Escolas.

O objetivo é entender a realidade da categoria e realizar atendimentos psicológicos individuais educadores(as) em sofrimento emocional no trabalho, além de palestras nas unidades escolares.

Os(as) interessados serão chamados de acordo com a ordem de inscrição nos Programas. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: faleconoscosaudetrabalhador@sinprodf.org.br ou pelos telefones: (61)33434211-992443839.

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