CEM 02 de Ceilândia realiza ensaio do projeto “Crespas e Cacheadas” neste sábado (5)
O Centro de Ensino Médio nº 02 de Ceilândia (CEM 02) dará continuidade ao projeto “Crespas e Cacheadas”, neste sábado (5), com um ensaio fotográfico que visa valorizar a estética afro de estudantes negros e negras. As imagens capturadas durante o evento serão exibidas em um mural da escola em novembro, em celebração ao Mês da Consciência Negra, e ficarão expostas por 1 ano.
O professor de sociologia e coordenador pedagógico da escola, Roberto Schiavini, explica que o projeto tem como principal objetivo promover a afirmação positiva da identidade étnico-racial por meio da fotografia. Além de combater o bullying e a discriminação, a iniciativa busca enfrentar o racismo estrutural, valorizando as relações étnicas e a ancestralidade dos jovens.
Recentemente, o CEM 03 de Taguatinga e o Centro Interescolar de Línguas do Recanto das Emas (CIL Recanto das Emas) também participaram do projeto, ampliando sua presença nas escolas públicas do Distrito Federal. O “Crespas e Cacheadas” já conquistou reconhecimento, recebendo um prêmio na 2ª edição do Prêmio Paulo Freire de Educação, promovido pela Câmara Legislativa do DF.
Histórico
Desde sua criação, em 2012, pela professora Regina Cotrin, o projeto evoluiu e agora inclui tanto alunas quanto alunos, focando na valorização da identidade de jovens negros da periferia. A atividade é parte do Projeto Político-Pedagógico da escola e promove uma construção pedagógica que incentiva a inclusão e a diversidade.
As três séries do Ensino Médio estão envolvidas, com inscrições abertas para todos os estudantes. O ensaio, seguido por uma exposição, ajuda a promover conscientização sobre questões raciais, impactando não apenas os participantes, mas também os demais alunos que transitam pelos corredores da instituição.
O caráter interdisciplinar do projeto é um de seus diferenciais, permitindo que professores de diversas disciplinas utilizem as fotografias como material didático para discussões sobre raça e identidade. A equipe atual da coordenação do projeto é composta por Roberto Schiavini, Gildenor de Araújo Sousa e Daniela Pessoa.
Antes do “Crespas e Cacheadas”, um projeto antirracista intitulado “Lápis cor da pele – Que cor?”, também iniciado pela professora Regina Cotrin, foi desenvolvido, refletindo sobre as percepções de cor e raça. A primeira exposição do projeto ocorreu em 2017 e, desde então, as atividades foram adaptadas, incluindo adaptações durante a pandemia.
O ensaio deste sábado representa mais um passo na luta pela valorização e visibilidade da beleza negra, reforçando a importância da arte como ferramenta de transformação social.