Cemeb abre 10º Festival de Teatro com espetáculo sobre ancestralidade

O Centro de Ensino Médio Elefante Branco (Cemeb) abriu, nesta segunda-feira (24), a 10ª edição do seu Festival de Teatro com o espetáculo “Pindorama – semente ancestral”, que lotou a sala preta em sessões que emocionaram a comunidade escolar. A peça, marcada por teatro e dança, integra a programação da Semana da Consciência Negra e trouxe ao palco a força dos povos originários e afrodescendentes na formação do Brasil. Confira o álbum de fotos no link no final desta matéria.

Dirigido pelo professor de arte Marcello D’Lucas Araújo Brito, o espetáculo provocou reflexão sobre o apagamento histórico e cultural de populações afro-indígenas. Ele explica que o espetáculo “Pindorama” foi “muito interessante por vários motivos”. “Conseguimos criar um momento poético, crítico e contundente. Depois da apresentação, tivemos um debate com as turmas que reforçou a importância de ampliar o letramento racial e reconhecer nossa ancestralidade”, destaca o diretor.

Ele diz que a equipe conseguiu levar ao espaço do teatro, diante da plateia, uma reflexão sobre o apagamento da história e da cultura afro-indígena brasileira. Após a apresentação, houve um debate com as turmas e todos chegaram a um “denominador comum”: a necessidade de “jogar mais luz e abrir mais espaço para esse letramento, esse letramento racial e para a compreensão da nossa história, da nossa ancestralidade”.

O professor celebrou a potência da união entre dança e teatro e destacou a composição cênica criada a partir dessa união, que resultou em um número significativo e valoroso para o público por reunir duas linguagens muito fortes, muito potentes, num mesmo espetáculo. “São duas linguagens fortes, e o público percebeu o quanto isso enriquece a cena. O espetáculo nasce de uma parceria com o PIBID de Licenciatura em Dança do IFB, que acompanha nosso trabalho na escola”, explica.

Ele ressaltou as cenas de dança e as cenas de teatro como elementos que ampliaram a potência da experiência, tanto para quem participou quanto para quem assistiu. Marcello também lembra que o trabalho é fruto da parceria do CEMEB com o PIBID — Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência — que ele supervisiona no IFB, na Licenciatura em Dança.

O festival prossegue até sexta-feira (27) com outras montagens que contam com a colaboração dos bolsistas do PIBID, responsáveis pela direção de movimento, preparação corporal e composição coreográfica. Para o professor, o evento resume o espírito do Cemeb: “É um trabalho coletivo, articulado com todas as áreas, previsto no PPP da escola e construído de forma conjunta.”

Segundo Marcello, o festival expressa o esforço dos estudantes nas diversas dimensões da criação cênica — atuação, dramaturgia, dança, cenografia, visagismo, identidade visual e produção. “É também uma homenagem à cultura popular brasileira, com obras que revisitam a ancestralidade e questionam a contemporaneidade.”

As apresentações acontecem na sala preta do Elefante Branco. Escolas interessadas podem agendar sessões pelo e-mail ciaelefantebranco@gmail.com ou pelo Instagram @ciaelefantebranco.

Programação do 10º Festival de Teatro do Elefante Branco

É PRECISO NÃO DAR DE COMER AOS URUBUS — 25/11 (Terça)
Sinopse: Colagem cênica punk-subversiva com textos de Torquato Neto,
Drummond e Fernando Pessoa.
Sessões: 15h | 16h45
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CASTELO DE AREIA — 26/11 (Quarta)
Sinopse: Aborda diversidade e direitos LGBTQIA+ e combate ao bullying.
Sessões: 9h | 11h | 14h | 15h05
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O PRÍNCIPE DA DINAMARCA — 27/11 (Quinta)
Sinopse: Versão clownesca de “Hamlet”, crítica à sociedade das aparências.
Sessões: 15h30 | 16h45
Obs.: Horários podem sofrer alteração.
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Local: Sala de Ensaio (Sala Preta do CEMEB)

 

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