Brasília Debate é ampliado e traz nova visão sobre Estado e política

A CUT Brasília inaugura no próximo dia 2 de julho, às 18h, o novo ciclo do Brasília Debate, promovido já há alguns anos pelo Sindicato dos Bancários de Brasília. A CUT Brasília passa a coordenar esse programa agora, procurando ampliar sua dimensão e seu alcance. Mas com o compromisso de mantê-lo como um dos principais e mais concorridos espaços de reflexão e discussão sobre temas contemporâneos e cruciais para aperfeiçoamento dos militantes dos movimentos sindicais e sociais do Distrito Federal e dos municípios goianos vizinhos.
O Sindicato dos Bancários segue na organização do Brasília Debate, que terá a partir de agora a importante e sempre de vanguarda participação do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro DF) e o apoio da Escola Centro-Oeste de Formação Sindical da CUT Apolônio de Carvalho (ECO/CUT) A inauguração dessa nova fase terá como tema de debate A relação entre Estado e Forma Política. O objetivo é dissecar, entre outras questões, como no neoliberalismo vigente no mundo as políticas exploratórias do capital reconfiguram os Estados em favor da concentração econômica. A exposição do tema será feita pelo professor da Usp e do Mackenzie, Alysson Leandro Mascaro, autor do livro Estado e Forma Política, lançado pela Boitempo Editorial. O debate será no Teatro dos Bancários e, logo após sua exposição, o autor autografará exemplares do livro.
Apreciado pelos especialistas e elogiado por um dos mais renomados teóricos críticos da atualidade, o filósofo esloveno Slavoj Zizek, o livro de Mascaro faz uma síntese de toda a reflexão que foi desenvolvida no mundo a respeito do Estado e da política. “O que acontece é que a reflexão crítica foi abandonada nos últimos anos e em seu lugar restaram apenas teorias conservadoras institucionalistas e liberais”, explica Alysson. Como exemplo, o autor cita o marxismo. “É a maior teoria crítica sobre a politica; foi abandonada e, em seu lugar, as teorias políticas neoliberais louvaram a ordem estatal e a segurança do capital”.
A obra apresenta então um deslocamento da teoria política, fazendo-a girar não em torno de suas instituições, definições jurídicas ou análises sobre as disputas em torno do poder estatal, mas sim a partir das formas sociais do capitalismo.
O livro também aborda como a teoria do Estado se revela diante dos conflitos recentes, gerados pelos impasses da economia política global. “Em momentos de crise, toda sociedade se volta para o Estado para que a salve de suas próprias contradições”, diz um trecho do livro. Mascaro acredita que somente futuras dinâmicas que sejam necessariamente socialistas podem ensejar arranjos sociais inovadores, não fundados na concorrência e nos antagonismos de classes, grupos e indivíduos. “O capitalismo é crise”, sentencia.
Fonte: CUT Brasília