Até quando as mulheres serão vítimas de feminicídio?
Estudantes, servidores(as) e professores(as) do Centro de Educação Profissional – Escola Técnica de Planaltina (CEP-ETP) fizeram uma manifestação durante a tarde desta terça-feira (21) após o sepultamento de Brenda Almeida Michnik, de 20 anos. A estudante do CEP foi mais uma vítima de feminicídio após ser covardemente esfaqueada pelo companheiro no último sábado (18), em Planaltina. Este é o 32º feminicídio na capital federal este ano e Brenda é a segunda vítima somente esta semana.
Com sentimento de revolta e perplexidade, colegas de sala, educadores(as) e amigos(as) realizaram uma caminhada do cemitério, passando pela avenida da Feira de Planaltina até o CEP Saúde. Os(as) estudante também fizeram murais na escola em homenagem a Brenda com pedido de paz e contra a violência e o feminicídio. “Infelizmente vemos mais uma vida jovem e com todo futuro ser retirada de forma brutal por esse problema social tão complexo que é a violência contra a mulher. Enquanto sociedade é inadmissível que a gente não se manifeste e inicie discussões sobre como a escola pode contribuir nesse debate e mudança no caminho da promoção da cultura de paz. Mas sabemos que esse é um problema intersetorial de enorme complexidade e que o estado e a sociedade como um todo precisam sair desse lugar de inércia”, ressalta a coordenadora do curso de enfermagem, Helen Fernanda Barbosa Batista.
Todos os dias mulheres são assassinadas no Brasil, sempre revelando um rastro de sofrimento, humilhação e dor que vem crescendo ano após ano. A sociedade patriarcal obrigou as mulheres ao enclausuramento do ambiente doméstico e da procriação, negando direitos e liberdades que o próprio capitalismo defendia aos homens. Esta “prisão” era sentida das mais variadas formas e abrangiam violência moral, intelectual, patrimonial, psicológica e política, além da violência física.
Embora a luta através dos séculos tenha garantido várias conquistas, casos como o de Brenda evidenciam que precisamos avançar. Quando o sofrimento e a violência superam o diálogo e o respeito, é preciso gritar basta!