Artistas e movimentos sociais lutam para salvar o Dulcina

“Não deixe a arte morrer!”, foi o grito da classe artística e de movimentos sociais em defesa do Complexo Cultural Dulcina de Moraes, ameaçado por decisões judiciais e por entidades contrárias à cultura. Organizado pelo Movimento Dulcina Vive, o manifesto aconteceu nesta quarta (8), em frente à instituição, e reivindicou a manutenção do centro cultural e a participação da comunidade no processo de decisão da gestão do espaço.
Com faixas, cartazes, tambores e muito barulho, o grupo lembrou o valor histórico do lugar, em seu papel democrático e transformador da sociedade por meio da arte, e se mostrou disposto a lutar por sua conservação.
A Fundação Brasileira de Teatro que rege o complexo foi criada em 1955 pela atriz Dulcina de Moraes e há muito tempo sofre ameaças de fechamento. Diante das intimidações, em 2012, a comunidade organizada da entidade conseguiu intervenção junto ao Ministério Público, o que só ocorreu no ano seguinte.
Desde então, alunos, professores, voluntários e parceiros empenham-se na promoção de atividades culturais que envolvam a sociedade, a fim de angariarem fundos para a reconstrução do espaço. No entanto, para que o processo de intervenção seja finalizado, faz-se necessária a eleição de um novo Conselho de Curadoria para a fundação.
Integrante do Movimento Dulcina Vive, Julie Weltzel ressalta que a classe artística luta para que a comunidade organizada participe da escolha do conselho e das decisões em relação ao complexo. Ela destaca o papel fundamental que a instituição tem exercido na capital federal. “É um dos maiores centros culturais de Brasília. É a maior faculdade de artes do Brasil. É a única fundação brasileira de teatro. O Dulcina tem um valor histórico gigantesco, tanto em instâncias sociais como culturais. É de extrema importância que esse polo permaneça para que a gente consiga fortalecer outros vertentes e daqui, irradiar a arte para todo o país”, conclui.
Nos próximos dias, outras ações em defesa do Dulcina serão realizadas e os manifestantes esperam que os brasilienses se sensibilizem e reforcem a defesa desse grande patrimônio.