Professora defende dissertação sobre atividade criadora na organização didática da aula de artes visuais
Nesta quarta-feira (4/9), a partir das 14h30, Renata Esteves Lobato, professora efetiva da rede pública de ensino do Distrito Federal, irá defender sua dissertação de mestrado a ser realizada, presencialmente, na Sala Atos, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (FE-UnB) e, virtualmente, pelo link https://conferenciaweb.rnp.br/unb/sala-de-reuniao-02-do-nte
Renata atua na Coordenação Regional de Ensino (CRE) de Samambaia, mas está afastada para estudo. Sua pesquisa, intitulada “Entre o esboço e a pintura: a atividade criadora na organização didática da aula de artes visuais”, faz parte da linha de pesquisa Profissão Docente, Currículo e Avaliação dentro do Programa de Pós-Graduação da FE-UnB, sob a orientação da professora Prof.ª Dr.ª Edileuza Fernandes Silva. Ela informa que “o objetivo geral é o de analisar a organização didática da aula de artes visuais e suas repercussões no desenvolvimento do processo criador e do fazer artístico dos estudantes e das estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental de uma escola pública, situada na Região Administrativa de Samambaia”.
“Após o processo de construção dos dados a partir de observações na escola, entrevistas com a professora de Artes Visuais e grupo de discussão com os alunos, uma vez que, de forma diferencial, essa pesquisa teve como foco as significações constituídas pelos estudantes, ou seja, a ideia era ouvir os alunos a respeito das suas ideias e conceitos sobre a aula de arte e como ela poderia desenvolver mais a atividade criadora”, explica a professora.
“É importante salientar que no meu trabalho procuramos evitar o termo ‘criatividade’, uma vez que, utilizando-se do referencial teórico, ‘criatividade’ é mais utilizado dentro de uma perspectiva de genialidade, que apenas alguns ou algumas pessoas nascem com ela ou está atrelada a habilidades que podem ser desenvolvidas em poucas pessoas e pode contribuir para o sistema alienante em que vivemos”, afirma.
Renata informa que, nesse trabalho, foi utilizado o termo “atividade criadora”, que, nas perspectivas de Vigotsky (2018) — Lev Semionovitch Vigotsk, psicólogo russo, proponente da psicologia histórico-cultural —, é uma característica humana, ou seja, todos possuem, e pode ser desenvolvida. “A pesquisa nos possibilitou concluir que: a) a atividade criadora é uma habilidade a ser desenvolvida também pela escola, portanto a organização didática da aula interfere no desenvolvimento do ato criador dos alunos; b) há a necessidade de os professores de Artes Visuais desenvolverem suas aulas articulando teoria e prática, uma vez que a atividade criadora se desenvolve a partir das referências adquiridas pelo sujeito, o que dialoga com as perspectivas teórico-metodológicas que fundamentam a aula de Artes Visuais; c) as perspectivas teórico-metodológicas que orientam a aula de Artes Visuais são as propostas no Currículo em Movimento do Distrito Federal. No entanto, há adesão à perspectiva tradicional, identificada em algumas ações da professora; d) a precarização das escolas é um impedimento para que o ato criador seja desenvolvido nos estudantes, uma vez que sem os materiais e o espaço adequado, há o comprometimento no trabalho do professor e no desenvolvimento dos(as) estudantes”.
E acrescenta: “Gosto de pensar que essa pesquisa poderá contribuir em alguns aspectos para o trabalho em sala de aula de todos os meus colegas, professores de artes, não apenas das artes visuais, como: quando do desenvolvimento da atividade criadora dos nossos estudantes, almejo que todos os alunos possam ser vistos como seres criadores faltando apenas o desenvolvimento dessa habilidade sendo essa também, uma possibilidade de trabalho dentro da sala de aula de artes e que de forma mais ampla, quando discutimos, na pesquisa a importância da Arte para o desenvolvimento do sujeito e mudança social, a partir de Lukács (2023). Por favor, valorizem a arte, os artistas e os professores de arte: a escola precisa desse espaço e, mais do que isso, nossos alunos precisam ter suas subjetividades transformadas pela arte de forma que possam construir para si, uma sociedade melhor!”, afirma.