Água: esse recurso não é infinito. Saiba como preservá-lo
É comemorado nesta terça-feira (22) o Dia Mundial da Água. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data tem o objetivo de estimular o debate sobre a preservação desta fonte natural. Além de mudar hábitos e adotar atitudes ecológicas no dia-a-dia, uma boa alternativa para quem pensa no futuro do planeta é transformar a casa em um ambiente sustentável. Segundo a arquiteta Vanessa Trad, é possível reformar ou construir residências levando em consideração a preservação dos recursos que vêm da natureza.
“O projeto de casas altamente sustentáveis reaproveita as águas pluviais. Por meio de um sistema de captação instalado no telhado, o líquido é enviado a um reservatório de armazenamento, onde existe uma espécie de filtro. Depois disso, a água é tratada e encaminhada para uma caixa d´água extra, onde fica pronta para o uso. Vale lembrar que em cidades como São Paulo, onde a chuva é ácida, não conseguimos realizar um tratamento doméstico, ou seja, tornar a água potável. Mesmo assim reutilizamos o recurso natural em vasos sanitários, para lavar calçadas e carros ou regar plantas”, exemplifica.
Além de colaborar com a vida no planeta, o sistema de reuso traz vantagens para o bolso. Segundo Vanessa, as residências ecológicas diminuem grande parte do valor da conta de água, que ainda é um dos produtos mais caros do mundo. A instalação pode ser feita por empresas de arquitetura, que avaliam o número de moradores e seus hábitos e o tamanho da residência. “Esse é o tipo de investimento a longo prazo. Apesar de ser mais fácil instalar o sistema em casas que ainda estão na planta, também é possível viabilizar o projeto em uma residência já construída. Aqui no Brasil somos privilegiados porque ainda temos água em abundância, mas precisamos estar alertas para que este recurso não fique cada vez mais escasso”, ensina a arquiteta.
Um problema de todos
Apesar de o planeta ser formado por 2/3 de água, somente cerca de 0,008% do total desse recurso é potável. Para piorar a situação, grande parte das fontes, como rios, mares e lagos, está sendo contaminada pela ação do homem. Segundo a ONU, 50% da taxa de doenças e morte nos países em desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. A naturóloga Katia Leite acredita que a preservação do recurso ainda depende da conscientização individual e da soma dos esforços de cada um:
“A água é o recurso natural mais importante do mundo, afinal nossa vida é inviável sem ela. Claro que os governos podem e devem cuidar das leis e da fiscalização do uso das águas comercialmente e em processos industriais, mas quem pode efetivamente usar o recurso no dia-a-dia, com racionalidade, precaução e parcimônia, somos nós”, explica.
Se você não tem condições de arcar com projetos de arquitetura para transformar o lar em um ambiente sustentável, pode adotar soluções simples de preservação. Confira abaixo algumas dicas para economizar este recurso:
- Hoje em dia existem válvulas de descarga que possuem dois botões: um que é utilizado para a urina e consome menos água, e outro para as fezes, que utiliza o reservatório todo da caixa.
- Verifique a tubulação da casa, trocando os canos furados que desperdiçam grande quantidade de água.
- Escove os dentes com a torneira fechada. “Para facilitar, encha um copo com água e use somente esta quantidade para enxaguar a boca depois da escovação”, ensina Katia.
- Essa é para as crianças: programe o horário do banho antes de alguma atividade que o pequeno goste de fazer, como lanchar ou encontrar os amigos. “O fato dele não querer se atrasar para curtir o que vem depois torna o banho mais ágil”, aponta a naturóloga.
- A água utilizada no cozimento de legumes pode ser usada para preparar outros pratos, que além de tudo ficam mais nutritivos e gostosos. Já a água utilizada na máquina de lavar pode auxiliar na limpeza da casa. Basta bom senso e cuidado.
- Adote sistemas de coleta seletiva e reciclagem. “Se temos menos lixo, gastamos menos água nos processos de reciclagem. Se temos menos aterros, contaminamos menos o solo e os lençóis freáticos”, lembra Kátia.