Verdades e mitos sobre o 8 de março: Dia Internacional de Luta das Mulheres

São muitos os mitos sobre a origem do dia 8 de março como um dia de luta e mobilização das mulheres. Apesar da data ter sido reconhecida pela ONU como Dia Internacional da Mulher, em 1975, desde o início do século XX as mulheres, organizam-se, em diversas partes do mundo, para lutar por direitos.
A proposta de um dia de luta unificado, de caráter internacional, foi apresentada por Clara Zetkin, durante a 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 1910. A proposta foi aprovada, mas a data não ficou definida, de forma que cada país realizava sua mobilização em dias diferentes.
Somente em 1921, durante a III Internacional Comunista, a Conferência de Mulheres decretou o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher. Não bastassem as polêmicas sobre a origem desse dia, o significado da data também vem sendo desvirtuado ao longo da história.
Atualmente, grandes redes de comércio e a própria mídia aproveitam a data para tentar obter benefícios financeiros, por meio da venda e distribuição dos mais variados produtos. Para muitas instituições, e até mesmo para as famílias, o dia se tornou ocasião de celebrar a “feminilidade” das mulheres, em detrimento, muitas vezes, do respeito e da garantia de direitos.
Diante de tantas ameaças sobre nossas conquistas, é urgente que se recupere o caráter original do dia 8 de março como um dia de luta e reivindicação. O objetivo da escolha do dia 8 de março, durante a Conferência de Mulheres na III Internacional Comunista, era homenagear as mulheres assassinadas em um incêndio criminoso numa fábrica têxtil, em Nova Iorque, porque pleiteavam melhores condições de trabalho e redução da jornada diária de 16h.
Com a escolha dessa data, a Conferência de Mulheres da III Internacional Comunista queria fixar na memória coletiva da classe trabalhadora que o Dia Internacional da Mulher não é data para reforçar as concepções capitalistas de exploração e exclusão social, como, por exemplo, o incentivo ao consumismo por traz dessa “celebração da feminilidade” de mulheres.
O dia 8 de março é dia de reflexão. Não é meramente uma data comemorativa. Para além de uma data reflexiva sobre a luta por direitos trabalhistas, o dia é mais uma pauta dentro dos debates sobre direitos humanos, violência doméstica, acesso à educação e saúde públicas e gratuita de qualidade, acesso igualitário ao mercado de trabalho e a salários pagos aos homens.