Vernissage e lançamento de Museu Virtual das Heroínas sem Estátua no CEM 01

O Centro de Ensino Médio (CEM) 01 de São Sebastião e o Projeto Salto-PIBID Letras e PBSL UnB irão lançar, no dia 8 de julho, às 15h, o Museu Virtual das Heroínas sem Estátua. A exposição de artes (vernissage), que também faz parte do projeto, por sua vez, ocorrerá nos dias 9 e 10 de julho. O lançamento e a exposição serão abertas ao público escolar. O CEM 01 de São Sebastião está localizado na Área Especial Quadro 202/203, Setor Residencial Oeste.
O Projeto Heroínas sem Estátua nasceu de uma inquietação que incomodava a equipe do Projeto Salto-PIBID e PBSL UnB em atuação no CEM 01 de ver que as mulheres pouco figuravam nos espaços de ensino-aprendizagem como personalidades a serem estudadas e que as contribuições delas sempre foram sistematicamente apagadas dos currículos e da literatura escolares.
Um exemplo dessa exclusão feminina do conteúdo escolar é o caso das autoras de literatura que construíram o Romantismo brasileiro, Narcisa Amália ou Nísia Floresta, que não aparecem como construtoras desse movimento literário no país. Outro exemplo é o caso das mulheres que lutaram pela igualdade no Brasil, como Dandara dos Palmares, Dandara foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil, esposa de Zumbi dos Palmares e mãe de seus três filhos.
Outra mulher relegada ao esquecimento foi a psiquiatra Nise da Silveira. psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia. Nascida em 1906, em Maceió, Nise estava muito à frente do seu tempo. Foi a única mulher entre os 157 estudantes de sua turma na Faculdade de Medicina da Bahia. Ainda na academia, direcionou seus estudos para as relações entre doenças e pobreza e, com esses princípios, ela revolucionou a psiquiatria.
Essas histórias inspiraram estudantes e professores (as) do CEM 01 e integrantes do Projeto Salto a construírem espaços – exposição de artes e museu virtual – para suas histórias não contadas, para suas heroínas que não tiveram estátuas em praças a fim de que essas histórias e essas mulheres fossem lembradas como fundamentais na construção da sociedade brasileira.
Coordenadora do Projeto Salto-PIBID, do Projeto Heroínas sem Estátua e da exposição de artes, a professora Pilar Acosta acredita que a realidade se constrói também por meio de palavras. “Assim, ao contarmos histórias de grandes mulheres, abrimos espaço para que a nossa sociedade mude para que as vitórias de nossas e nossos estudantes e das mães delas e deles passem a ser mais plenas e mais felizes”, afirma a professora.